Em poucos anos, o
Brasil tornou-se num dos dez maiores produtores mundiais de petróleo e, na base
dessa realidade, estão a descoberta de abundantes reservas on-shore e off-shore e a
criação da Petrobras, daí resultando que a Constituição tivesse passado a
garantir ao Estado o monopólio da extracção do petróleo brasileiro. Porém, foi
com a crise petrolífera de 1973 e com o reconhecimento de que a exploração off-shore se tornara economicamente
rentável, que o Brasil intensificou a pesquisa de petróleo no mar, a qual veio
a ter grande sucesso em 2007 quando foi descoberto um campo petrolífero de 800
Km de extensão ao longo da costa brasileira, onde estão definidas 17 áreas de concessão,
a maior das quais está situada na bacia de Santos. Entre os seus concessionários
está a Galp Energia que, desde 1999, mantém uma parceria com a Petrobras em
cerca de duas dezenas de projectos, sendo os principais o campo Lula e o campo
Iracema, onde tem participações entre 10 e 20%.
Entretanto, a
maior reserva de petróleo brasileira até agora descoberta – o campo Libra – foi
leiloado e foi adquirido por 35 anos por um consórcio que integra a Petrobas
(40%), a Shell (20%), a Total (20%) e as estatais chinesas CNPC e CNOOC (10%
cada), mas este leilão foi muito contestado, gerou greves e obrigou à
mobilização do Exército, porque o petróleo tornou-se um símbolo do orgulho
nacional brasileiro – “o petróleo é nosso”, escreveu o Correio Braziliense, mas
afinal não é apenas brasileiro. O governo de Dilma Rousseff que tanto criticara
os seus adversários políticos “por quererem entregar o petróleo brasileiro às
multinacionais”, fez exactamente isso ao dividir a sua maior reserva com as
multinacionais dominadas por ingleses, franceses, holandeses e chineses, em
nome da necessidade brasileira de financiamento para a educação, para a saúde e
para a criação de empregos.