terça-feira, 19 de abril de 2016

As muito famosas trabalhadoras da moda

Nem a problemática, nem os protagonistas da indústria da moda me interessam muito, mas a frequência com que são tratados nos mass media e as contínuas aparições das trabalhadoras da moda, sobretudo na televisão e nas capas das revistas que estão penduradas nos quiosques, acabam por produzir algum efeito, mesmo naqueles que, como eu, são mais avessos à moda e às suas circunstâncias.
Acontece que, desde há muitos anos, sou bombardeado pela figura de Sara Sampaio, uma jovem portuense de 24 anos de idade que é trabalhadora da moda e que tem sido promovida internacionalmente como modelo ou como supermodelo. Parece que ficou conhecida depois de ganhar em 2007 um concurso chamado Cabelos Pantene, quando ainda era adolescente e, depois, foi só avançar numa profissão que parece ser muito exigente e muito competitiva. Naturalmente que teve sorte, que foi muito ajudada e que passou a aparecer por todo o lado, porque é inteligente ou porque tem tido um bom gestor de carreira. As revistas femininas e outras passaram a informar o que ela faz e o que não faz. Por onde anda e por onde não anda. Quem é ou quem não é o seu namorado. A sua notoriedade só é ultrapassada por alguns futebolistas e a Judite de Sousa, a Catarina Furtado e a Bárbara Guimarães devem roer-se de inveja desta miúda, até porque a sua fotografia não passa para além da TV Guia ou das revistas cor de rosa portuguesas.
Não é um tema que me interesse muito, mas o facto de Sara Sampaio ser escolhida e paga para aparecer na capa das grandes revistas internacionais de moda, leva-me a mostrar a capa da última edição francesa da ELLE, a maior revista de moda do mundo, que publica 42 edições em 60 países e que em França tem uma circulação de um milhão de cópias.
A fama até parece torná-la uma espécie de Cristiano Ronaldo de saias, embora ela nunca use essa peça de vestuário, como se pode verificar nas suas galerias de fotos.

Amadeo volta a Paris cem anos depois

Foi ontem inaugurada no Grand Palais de Paris, com a presença do primeiro-ministro português e da presidente da Câmara Municipal de Paris, uma exposição dedicada à obra de Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918), que se realiza no âmbito das comemorações dos 50 anos da delegação francesa da Fundação Calouste Gulbenkian.
Natural de Manhufe, próximo de Amarante, Amadeo viveu em Paris entre 1906 e 1914 e esteve no centro das vanguardas internacionais da arte do seu tempo e, curiosamente, expôs no Grand Palais durante o Salón de Automne de 1912. No ano seguinte participou na exposição internacional de Arte Moderna, em Nova Iorque, Chicago e Boston, tendo vendido sete das oito obras que expusera.
Agora, a exposição do Grand Palais que o JL nos apresentou na sua última edição, revela cerca de 250 obras de Amadeo correspondentes a uma densa produção artística, com registos muito diversos que vão do cubismo ao surrealismo, com largas referências ao seu mundo rural de Manhufe e ao mundo moderno e cosmopolita de Paris.
O grande objectivo desta exposição é internacionalizar Amadeo como grande figura da arte portuguesa. Antes de Amadeo, esteve Picasso e, antes dele, Velázquez. Por estes dias, na loja do Grand Palais haverá catálogos de Amadeo, discos de fado, azulejos e livros de Sophia de Mello Breyner. É uma grande iniciativa cultural portuguesa que vai estar em Paris até 18 de Julho e bom seria que, com o seu indiscutível peso, a Fundação Calouste Gulbenkian também trouxesse esta mostra até nós. Depois de feiras de vinhos e de presuntos que marcaram a nossa presença internacional nos últimos anos, aqui temos uma iniciativa que nos orgulha!