Todos temos
presente a forma arrogante como a Alemanha trata e humilha os seus parceiros do
Sul, sobretudo os gregos e os portugueses. As atitudes e os discursos alemães
denotam um evidente preconceito de superioridade que julgávamos ultrapassado desde
há muitos anos. Porém, em algumas ocasiões pudemos ver directamente através da
televisão não só a agressividade dos seus principais dirigentes, mas também as atitudes subservientes
de Vítor Gaspar e de Maria Luís Albuquerque perante o todo poderoso ministro
Wolfgang Schäuble.
Há bem pouco
tempo fomos surpreendidos pela grosseira batota da Volkswagen que demonstrou a
todo o mundo que os alemães não têm qualquer superioridade moral sobre os seus
parceiros europeus, designadamente sobre os países do Sul. Sabemos também que,
enquanto maior fabricante mundial de submarinos e seu fornecedor a dezenas de
países, incluindo a Grécia e Portugal, recaem as maiores suspeitas sobre a
indústria alemã quanto à forma pouco transparente como decorrem esses negócios.
A notícia agora divulgada pelo diário catalão La Vanguardia e por outros
jornais mundiais é mesmo demolidora: a Alemanha subornou a FIFA para assegurar
a realização do Mundial de Futebol de 2006. Este caso até nem admira porque
Joseph Blatter, o homem que preside à FIFA desde 1998, parece estar envolvido
em enormes esquemas de corrupção e até foi suspenso pelo Comité de Ética
daquela organização. O que não se imaginava é que a Alemanha fosse tão longe na sua ambição e na sua ganância ou que lá houvesse tanta corrupção.