segunda-feira, 21 de abril de 2014

A independência da Catalunha arrefece

A euforia independentista catalã está a perder fôlego segundo refere a edição de hoje do diário madrileno La Razón, ao salientar que há “menos independentistas”, com base numa sondagem que revela que, desde o passado mês de Dezembro, houve uma subida de 4 pontos percentuais nos partidários do não à independência, que agora alcançam 42,9% das intenções de voto, enquanto os partidários do sim alcançam 39,5%.
A Convergência i Unió (CiU), uma federação de partidos políticos nacionalistas de direita moderada dirigida por Artur Mas, o chefe do governo autónomo da Catalunha e líder dos independentistas, caíu naquela sondagem de 22,8% para 21,9% das intenções de voto, estimando-se que perdeu a confiança de 385 mil eleitores. A Esquerra Republicana de Cataluña (ERC), um partido que apoia a independência dos territórios de língua catalã e que é dirigido por Oriol Junqueras, tende a afirmar-se como o partido com mais apoio na Catalunha ao passar de 20,8% para 22,3% das intenções de voto. O chamado desafio soberanista de Artur Mas também perde em relação à mobilização popular para um eventual referendo, pois a participação cairia de 67,8% para 62,4%.
Porém, a sondagem revela aquilo a que o jornal chamou “uma Catalunha ingovernável”, pois no actual quadro de intenções de voto não há nenhuma maioria ou coligação "racionalmente possível". Por isso, La Razón afirma que se Artur Mas insistir no desafio de levar por diante o referendo independentista na noite de 9 de Novembro de 2014, a Catalunha sairá “política e socialmente fragmentada, profundamente dividida e economicamente na bancarrota”. Faltam pouco mais de 6 meses.

O esplendor do Oriente na joalharia goesa

Está patente no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa, a exposição Esplendores do Oriente - Jóias de Ouro da Antiga Goa que apresenta uma colecção de 392 peças de joalharia hindu e cristã dos séculos XVIII e XIX. Estas peças estiveram guardadas em caixas e encerradas em cofres durante 50 anos e essa é uma história que não pode ser dissociada do panorama artístico e estético da exposição.
No dia 12 de Dezembro de 1961, perante a iminente invasão de Goa pelas tropas indianas, que veio a acontecer poucos dias depois, o gerente do Banco Nacional Ultramarino (BNU) em Goa, Jorge Esteves Anastácio, decidiu preservar um conjunto de bens guardados no banco, enviando-o para Lisboa no paquete Índia da Companhia Nacional de Navegação (CNN), que nessa data se encontrava em Mormugão. Essa remessa de bens estava repartida por caixotes e caixas de toda a espécie, sendo constituída por jóias depositadas por particulares, por apreensões de contrabando e por cauções de pequenos empréstimos concedidos pelo BNU. 
O restabelecimento das relações diplomáticas entre Portugal e a Índia aconteceu depois de 1974, mas só em 1991 foi feito um acordo entre o BNU e o State Bank of India que permitiu que a maior parte do espólio trazido em 1961 fosse devolvido ao Estado indiano, que recebeu cerca de meia tonelada de jóias que se encontravam nos cofres, num gesto que então foi altamente elogiado na Índia. Entretanto o BNU fundiu-se com a Caixa Geral de Depósitos (CGD) que herdou a parte restante dessa remessa de jóias que, 50 anos depois, foi aberta e catalogada por especialistas. Devido ao mau estado geral das peças, a CGD decidiu proceder ao seu restauro, fazendo depois a sua doação ao MNAA que as integrou no seu acervo e que até 7 de Setembro as exibirá ao público.