quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Afonso de Albuquerque, o Leão dos Mares

Assinalam-se hoje cinco séculos sobre a data da morte de Afonso de Albuquerque, ocorrida a bordo do seu navio na barra de Goa, na manhã do dia 16 de Dezembro de 1515. O cronista Fernão Lopes de Castanheda descreveu esse acontecimento nos seguintes termos:
E dali por diãte se achou de cada vez peor, de maneira que sabado quinze dias de Dezembro á noyte que foy surgir na barra de Goa […] &  hũa hora antes que falecesse se lhe tornou a fala. E estandolhe lendo a paixão de que era muyto devoto, & em que dizia que levava sua esperança de salvação, deu a alma a nosso senhor domingo ante manhaã dezaseys de Dezembro de mil & quinhentos & quinze, vestido em ho abito de Santiago, de cuja ordem era cavaleyro […] pedio perdão de seus pecados antes de seu falecimto. E falecido foy posto na tolda da nao…
Afonso de Albuquerque foi uma das mais proeminentes figuras da História de Portugal e foi o verdadeiro fundador do Estado Português da Índia, ao assegurar-lhe uma base territorial. Tendo nascido em Alhandra de família fidalga no ano de 1453, adquiriu experiência militar desde muito jovem nas conquistas do norte de África e na batalha de Toro. Em 1506 seguiu para a Índia como capitão-mor da costa da Arábia no comando de uma frota de cinco navios da armada de dezasseis navios de Tristão da Cunha. Em 1507 conquistou Ormuz à entrada do golfo Pérsico, em 1510 conquistou Goa na costa ocidental da península Industânica e em 1511 conquistou Malaca, situada na península Malaia e na passagem marítima entre os oceanos Índico e Pacífico. Em 1509 tinha sucedido a D. Francisco de Almeida como 2º vice-rei e governador Estado Português da Índia, tendo desempenhado esse cargo até à sua morte em 1515. Morreu mal com el rey por amor dos homens, & mal com os homens por amor del rey.
Afonso de Albuquerque não está livre de acusações de desumanidade e barbaridade, mas é realmente uma das grandes figuras da História de Portugal e daí que seja aqui evocado.