A Galiza é,
simultaneamente, uma das 19 comunidades autónomas da Espanha, mas também a
região espanhola que tem mais afinidades com Portugal, não só pela língua, mas
também por muitas outras vertentes culturais. Até à Idade Média a língua falada
em Portugal e na Galiza foi o galaico-português, mas actualmente o português e
o galego são línguas distintas embora com muitas semelhanças, que fazem com que
o português que viaje na Galiza ou o galego que visite Portugal não se sintam no
estrangeiro.
A Galiza tem uma
cultura e uma economia muito ligadas ao mar e, nos seus cerca de 1600 km de
costa recortada por baías e orlada de pequenas ilhas, concentra-se a maior
parte da sua população de um pouco menos de 3 milhões de habitantes. A maior
parte da população galega vive do mar, directa ou indirectamente – pesca, aquacultura,
indústria conserveira e de transformação do peixe, portos, construção e
reparação naval – pelo que se diz que três em cada quatro galegos vivem do mar.
O mar é a base da economia galega e sustenta a mais activa frota piscatória
europeia, mas também é um atractivo turístico com inúmeras pequenas praias e
uma apreciada gastronomia ligada ao mar, para além do porto de Vigo ser o maior
de toda a Espanha.
A crise também
chegou à Galiza e La Voz de Galicia destaca hoje que “os galegos voltam a olhar o
mar como saída da crise”. Bom seria que, por cá e tal como acontece na Galiza,
também se pensasse na economia do mar como estratégia de desenvolvimento e que
lhe fosse dada elevada prioridade na estrutura económica portuguesa.