quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

A corrida científica para a Antártida

A Antártida é o continente que rodeia o pólo Sul e que, por isso, está coberto de gelo permanente em quase toda a sua extensão. Tem 14 mil quilómetros quadrados de superfície, sendo maior que a Austrália, não tem população permanente, não pertence a nenhum país e não tem qualquer governo. Alguns países reivindicam a posse de algumas áreas, casos do Reino Unido, Nova Zelândia, França, Noruega, Austrália, Chile e Argentina, enquanto os Estados Unidos e a Rússia não reconhecem nenhumas reivindicações territoriais na Antártida, reservando-se o direito de fazer as suas próprias reivindicações. Em 1959 os países que tinham reclamações territoriais assinaram o Tratado da Antártida, considerando o território politicamente neutro e comprometendo-se a suspender as suas pretensões por período indefinido e a permitir todas as actividades de carácter científico em regime de cooperação.
Actualmente há 29 países que possuem bases científicas na Antártida, algumas delas ocupadas em permanência e outras ocupadas apenas no Verão, calculando-se que no Inverno a população da Antártida é de mil pessoas e no Verão será de cerca de quatro mil pessoas.
A República Popular da China tinha quatro estações de pesquisa que construíu entre 1985 e 2014, mas acaba de inaugurar a sua quinta base que está localizada na baía da Terra Nova do mar de Ross, numa área em que os Estados Unidos, a Nova Zelândia, a Coreia do Sul, a Itália, a Alemanha e a França também possuem estações de pesquisa. 
O jornal Shanghai Daily destaca na sua edição de hoje a inauguração desta estação, publicando a fotografia das suas instalações, que parecem excelentes e podem acolher 80 pessoas no Verão e 30 pessoas no Inverno. Segundo o referido jornal, “a nova estação consolidará os interesses antárticos da China e ajudará a torná-la num concorrente líder nos assuntos polares, quando há menos de dez anos era apenas um actor secundário naquelas regiões”.