quarta-feira, 7 de maio de 2014

Copa 2014: os 23 eleitos do Brasil

Aproxima-se a data do início do 20º Campeonato do Mundo de Futebol ou Copa do Mundo que se disputará no Brasil a partir do dia 12 de Junho e cada uma das 32 selecções participantes começa a anunciar os nomes dos futebolistas que as irão integrar. Trata-se, sobretudo, de um processo técnico que visa escolher os melhores jogadores de cada país para formar a melhor equipa, mas é também um processo de gestão de expectativas para jogadores, empresários e dirigentes que se promovem e valorizam naquela montra mundial do futebol, para além de ser também uma escolha emocional de maior ou menor agrado dos adeptos, dos patrocinadores e de outros agentes desportivos. É uma equação muito complexa e com muitas variáveis.
Hoje foi divulgada a lista dos 23 futebolistas escolhidos por Luis Felipe Scolari para representar o Brasil e esse anúncio era esperado com muita expectativa, havendo jornais que lhe dedicaram a totalidade da sua primeira página nas suas edições matutinas. Assim aconteceu com o Correio Braziliense.
O homem que entre 2003 e 2008 foi responsável pela selecção portuguesa e que a colocou definitivamente no topo do futebol mundial, tinha pela frente a exigente tarefa de escolher 23 atletas entre as muitas centenas de bons futebolistas brasileiros em actividade por todo o mundo, tendo ido buscar os seus jogadores a 9 países – Inglaterra (6), Brasil (4), Espanha e Itália (3). França e Alemanha (2), Rússia, Ucrânia e Canadá (1). Apesar de nenhum dos eleitos de Scolari jogar em Portugal, há três deles que são bem conhecidos dos adeptos portugueses – Hulk, David Luiz e Ramires. Assim, para além de muitas outras razões emocionais, os portugueses irão torcer pelo Brasil. Até à final? Seria bem interessante...

A saída limpa e a submissão nacional

No passado domingo o primeiro-ministro anunciou a saída do programa de assistência financeira (PAEF) sem “recorrer a qualquer programa cautelar” e garantindo que essa solução tinha o apoio dos parceiros europeus, exactamente os mesmos que durante três anos alinharam numa continuada humilhação aos portugueses e não revelaram qualquer tipo de solidariedade. A saída limpa do PAEF foi tão boa, quanto a entrada no mesmo PAEF tinha sido má. Quer na entrada, quer na saída estiveram exactamente os mesmos protagonistas. Valeu a pena?, perguntaria Fernando Pessoa.
O governo alinhou-se em pose apropriada para ouvir o nosso primeiro. O foguetório das hostes governamentais foi enorme. A independência nacional foi recuperada. O 1640 de Portas concretizou-se. Por essa Europa fora toda a gente fez declarações – o amigo Barroso e o Olli Rehn, a Madame Lagarde, os mercados, o Jeroen Dijsselbloem, o candidato Martin Schulz, o reformado Jean-Claude Trichet, vários comissários europeus, o homem da OCDE e muito mais gente. Até o homem de Belém se esqueceu que há um mês defendia outra solução e entrou nestes verdadeiros jogos florais. É que temos eleições à porta e, por isso, até o descontrolado Rangel rejubilou. Porém, há gente mais comedida e, sabe-se agora através do Expresso, que o BCE resistiu à saída limpa pois tem muitas dúvidas sobre a situação de Portugal, afirmando que ela foi motivada por razões políticas. Também a OCDE  veio avisar que a escolha do governo por uma saída sem recurso a um programa cautelar é arriscada. A imprensa europeia não deu importância ao tema, salvo o Financial Times que, na sua primeira página, lhe dedicou uma breve referência de 25 palavras com o título “Portugal’s clean exit”.
No meio de todo este foguetório de propaganda, durante a inauguração de um museu dedicado aos Descobrimentos, o nosso primeiro veio dizer que Portugal “vai mostrar ao mundo que não precisa de tutela externa”. Ora aí está! Uma descoberta, no Museu das Descobertas, a revelar que quase chegamos ao grau zero da submissão.