sábado, 29 de junho de 2024

A festa do Tour de France vai começar

O Tour de France é uma das mais antigas e mais participadas provas desportivas que se disputam no mundo e que este ano cumpre a sua 111ª edição, que começa hoje na cidade italiana de Florença e termina no dia 21 de julho na cidade francesa de Nice. Ao longo de 21 etapas e de 3.492 quilómetros, muitos deles em alta montanha, haverá 176 ciclistas distribuidos por 22 equipas a lutar para chegarem à meta à frente de todos os outros corredores.
O Tour de France 2024 regista a presença dos grandes nomes do ciclismo mundial – Tadej Pogacar, Jonas Vingegaard, Primoz Roglic, Remco Evenepoel, Mathieu van der Poel e Wout Van Aert – que não costumam correr juntos, pelo que esse facto é mais um factor a aumentar o entusiasmo pela competitividade da corrida, embora o jornal desportivo francês L’Équipe dê todo o favoritismo ao esloveno Tadej Pogacar que há poucas semanas ganhou a Volta à Itália.
Haverá três ciclistas portugueses em prova: João Almeida (12), Rui Costa (114) e Nélson Oliveira (157). De entre eles, será João Almeida, que é companheiro de equipa de Tadej Pogacar, aquele de quem se espera melhor desempenho e até uma boa classificação.
O Tour de France é uma festa para os franceses, talvez mais importante que as eleições legislativas que estão em curso e que os Jogos Olímpicos que virão depois. Muitos milhares de franceses estarão à beira das estradas a vibrar com a caravana ciclista e a apoiar os seus ídolos. A prova terá transmissão televisiva assegurada pelo canal Eurosport e, certamente, os espectadores continuarão a ter a possibilidade de acompanhar a parte desportiva da prova, bem como uma sempre interessante itinerância turística e cultural, que fazem das transmissões televisivas um espectáculo dentro do espectáculo.

António Costa dirige o Conselho Europeu

António Costa foi escolhido por uma maioria qualificada dos líderes dos 27 estados-membros para presidir ao Conselho Europeu a partir de Dezembro do corrente ano e essa escolha é altamente gratificante para Portugal que, em breve, vai ter dois dos seus mais destacados cidadãos a dirigir as Nações Unidas e a União Europeia.
Num discurso proferido em 1965, o ditador Salazar tinha afirmado que Portugal era um país “sem alianças, orgulhosamente só” e aqui temos a prova que o regime instalado com o 25 de Abril de 1974, além da Liberdade, da Democracia e do fim da guerra colonial, ainda nos trouxe o respeito da comunidade internacional.
Embora o presidente do Conselho Europeu não tenha funções executivas e seja um coordenador de 27 líderes, de 27 vaidades, de 27 sensibilidades políticas e de 27 egoismos nacionalistas, o seu desempenho vai ser muito importante para a União Europeia, num tempo em que a França e a Alemanha estão muito fragilizadas, em que a Itália quer maior protagonismo, em que se discutem opções entre “canhões ou manteiga”, em que é necessário parar com a guerra na Ucrânia, em que os americanos estão em pânico perante o seu futuro quadro presidencial, em que os chineses continuam a marchar firmemente para a liderança do mundo e em que os africanos desesperam por um melhor futuro para os seus países.
António Costa vai ter que falar com muita gente, fazer muitas viagens, procurar muitos equilíbrios e consensos, mas os líderes europeus não duvidaram da sua capacidade, nem da sua inteligência política, nem da sua moderação. Lamentavelmente, foi em Portugal que um sistema viciado e vicioso mais procurou destruir António Costa, afastando-o do governo e levantando suspeitas sobre a sua honorabilidade, sem que houvesse indícios ou provas. Muita gente de duvidosa sensatez teve que “engolir um sapo”. Porém, o primeiro-ministro Luís Montenegro esteve à altura das suas obrigações e deu-lhe todo o apoio. Nós também.