sábado, 9 de julho de 2016

A ganância do cherne que virou banqueiro

A notícia circulou rapidamente e deixou a sociedade portuguesa perplexa, com um grande coro de críticas pela falta de ética e de vergonha do cherne. De facto, a continuada utilização da vida política e do serviço à causa pública, está cada vez mais a transformar-se num trampolim para os negócios e para os bons empregos. Muitos casos envergonham o país, pela forma como certas pessoas se comportam. Vale tudo. É a completa falta de pudor e nos últimos tempos os casos acumulam-se, com o Gaspar, a Albuquerque e o Portas a não olharem a meios para encher os bolsos, como muitos outros já tinham feito. Qualquer coisa serve, desde que seja bem paga. Os conflitos de interesses não existem. É uma imoralidade utilizar a carreira política para enriquecer, mas esta gente não tem vergonha nenhuma.
Agora, houve alguém que foi mais longe na sua falta de pudor e na ganância. O cherne, aquele jovem militante radical e maoista, que em 2003 apoiou a invasão do Iraque, que fugiu do país em 2004 e que depois chegou à presidência da Comissão Europeia onde esteve dez anos a fazer uma triste figura de pau-mandado, a aprofundar as contradições europeias e sem perceber a crise que se aproximava, decidiu entregar-se à Goldman Sachs, onde parece que vai ganhar cinco milhões por ano. É mais um caso de grave promiscuidade entre política e negócios, mas este é ainda mais grave pois envergonha o país. Nunca um presidente da Comissão Europeia aceitara um papel tão servil a troco de dinheiro. Aquele que foi o número um da Europa, passa-se para "o inimigo", por dinheiro. É um mercenário sem causas. A mediocridade e a incompetência foram premiadas.
O Goldman Sachs é um símbolo do capitalismo financeiro global, sem escrúpulos nem respeito pelos países ou pelos povos onde actua como abutre e, no caso de Portugal, está em litígio com o Banco de Portugal e contra o Novo Banco, estando em causa centenas de milhões de euros, por causa da resolução do BES. O cherne vai, naturalmente, estar do lado de lá, ao lado dos radicais americanos, tal como fez em 2003. A França criticou e ficou indignada. Nós também nos indignamos. Barroso é a vergonha dos portugueses e a vergonha da Europa. Ponto final.

Aí está a festa que enlouquece Pamplona

Já começaram as Sanfermines, as fiestas de San Fermin da cidade basca de Pamplona. Até ao dia 14 de Julho, todos os dias pelas oito horas da manhã, realizam-se os famosos encierros, isto é, uma largada de touros ao longo de um percurso de 849 metros por três ruas do centro histórico de Pamplona que termina na praça de touros da cidade. Os encierros duram três a quatro minutos e deixam sempre alguns feridos atrás de si. Ontem foram sete, mas todos os anos há muitos feridos e, na história das Sanfermines, já estão registadas mais de uma dezena de mortes.
As festas têm uma origem muito antiga mas só se tornaram mundialmente conhecidas quando o escritor Ernest Hemingway, que ganhou o Prémio Nobel da Literatura em 1954, lhe dedicou em 1926 o seu livro The Sun Also Rises, que em Portugal foi traduzido como Fiesta e cuja narrativa decorre em grande parte em Pamplona durante as Sanfermines. Mais tarde, com o aparecimento da televisão e a globalização informativa, as festas tornaram-se mundialmente conhecidas e as imagens dos encierros popularizaram-se, embora muitas vezes revelem situações de grande violência.
As imagens que as televisões diariamente nos mostram das largadas de touros mostram o enorme entusiasmo que suscitam, mas também a sua elevada perigosidade, sobretudo para os muitos milhares de turistas que visitam a cidade, exactamente para enfrentar o desafio dos encierros.
Hoje, o Diário de Navarra dedica a sua primeira página às Sanfermines 2016 com uma expressiva fotografia.