Ontem à noite em Roma, de uma varanda da Basílica de São Pedro, o cardeal francês Jean-Louis Tauran anunciou ao mundo que o conclave tinha escolhido o novo Papa, o homem que vai dirigir uma comunidade de 1200 milhões de católicos em todo o mundo. O eleito tinha sido o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires de 76 anos de idade, que decidiu adoptar o nome de Francisco.
O novo Papa nasceu em Buenos Aires em 1936, filho de um ferroviário de origem italiana. Foi engenheiro químico antes de se tornar padre em 1969 e era arcebispo de Buenos Aires. É o primeiro latino-americano e o primeiro jesuíta a dirigir a Igreja Católica. Dirigindo-se à multidão que o aclamou disse que “os meus irmãos cardeais foram buscar-me quase até ao fim do mundo”.
Hoje sabe-se que o cardeal Bergoglio terá sido o principal adversário de Joseph Ratzinger na eleição de 2005, tendo chegado a reunir 40 votos dos cardeais eleitores. Dizem os registos que é um homem tímido, modesto, conservador e preocupado com os mais pobres. O seu estilo de vida é sóbrio e austero. Vive num pequeno apartamento em Buenos Aires e recusou viver no Palácio Apostólico. Viaja de metropolitano e de autocarro e, quando vai a Roma, voa em classe económica. Cozinha as suas próprias refeições, gosta de tango e de literatura, mas também é um apaixonado pelo futebol. É adepto e sócio do San Lorenzo de Almagro e gosta de ir ver os jogos da sua equipa. Com este exemplo de vida podemos dizer: Habemus Papam!
O diario argentino El Dia diz que é “um dia histórico” e salienta o “orgulho e a emoção” argentinas. O país de Jorge Luis Borges e Juan Manuel Fangio, de Maradona e Messi, de Che Guevara e Eva Peron, de Carlos Gardel e Piazzola, rejubila.