Ao fim de 14 anos
à frente do governo alemão, a chanceler Angela Merkel visitou ontem pela
primeira vez o campo de Auschwitz-Birkenau, onde foram assassinadas mais de um
milhão de pessoas e que foi o maior campo de extermínio do regime nazi, de
entre os mais de mil campos de concentração nazis espalhados pela Europa.
O campo de morte
de Auschwitz fica situado em território polaco a cerca de 70 quilómetros da
cidade de Cracóvia e foi construído depois da invasão da Polónia pelas tropas
de Hitler em 1939, primeiro como campo de concentração (Auschwitz I) e depois,
num outro local das proximidades, como um campo de extermínio (Auschwitz II-Birkenau).
Nesses campos foram internados e assassinados muitos milhares de prisioneiros
políticos do exército polaco, membros da resistência, intelectuais, homossexuais,
ciganos e, sobretudo, judeus. No início de 1945, com a aproximação das tropas
russas, os campos de Auschwitz foram abandonados, mas quando no dia 27 de
Janeiro de 1945 os soldados russos entraram em Auschwitz ainda puderam libertar
alguns prisioneiros
Angela Merkel
vestiu de preto e disse sentir “uma profunda vergonha pelos crimes bárbaros cometidos pelos alemães”, durante uma
visita em que foi acompanhada pelo primeiro-ministro polaco Mateusz Morawiecki. Fez-se acompanhar também
pela televisão para que a Alemanha e o mundo ouvissem as suas palavras de repúdio
pelas atrocidades e barbaridades cometidas pelo regime nazi e, para “manter a
memória viva” dos bárbaros crimes então cometidos, fez uma doação de 60 milhões
de euros para ajudar a conservar o local onde os nazis construíram o seu maior
campo de morte. Porém, como foi possível governar 14 anos sem ter conhecido Auschwitz e as suas lições? No entanto, mais vale tarde do que nunca.