Uma
das principais fontes da receita pública são os impostos indirectos e, de entre
estes, os impostos sobre os combustíveis que constituem sempre uma substancial
parcela do orçamento do Estado. Do preço pago pelos consumidores nas bombas de
abastecimento, cerca de metade reverte directamente para o Estado. É assim por toda
a parte e, no início do ano, começa o folhetim dos aumentos dos combustíveis
para assegurar as receitas de que o Estado carece.
Embora
o assunto já não seja notícia, ainda há jornais que o destacam. Assim sucede
hoje com o jornal francês L’Est éclair que se publica na
cidade de Troyes, ao destacar na sua primeira página a subida do preço dos
combustíveis. Aqui perto, também vários jornais espanhóis tratam desse assunto e, por
exemplo, La Voz de Galícia destaca que “las gasolinas cuestam a los
gallegos um 23% más que hace um año”.
Aqui em
Portugal somos originais e nem os jornais nem os jornalistas trataram este
assunto. Vai daí, a jovem presidente centrista de nome Cristas decidiu encenar
um número e foi abastecer o seu carro com 20 euros de combustível. Chamou os
seus amigos da TVI que servilmente alinharam naquela cena... e desancou no
governo. Um caso de pura demagogia de quem politicamente pouco vale e que quer
ganhar notoriedade. A orquestrada cena foi ridícula, até porque a jovem Cristas fez
parte do governo de Passos-Portas, que foi humilhado pela Europa, que
empobreceu o país e que foi mais longe do que a sinistra troika.
A
jovem Cristas poderia ter abastecido a sua viatura na bomba de abastecimento do pai, que é revendedor de
combustíveis, como provavelmente costuma fazer, mas escolheu outro cenário que
lhe pareceu mais favorável. Do que não restam dúvidas é que os filhos dos
revendedores de combustíveis gostam da política, sejam eles nascidos em
Boliqueime ou em Luanda.