Na Cimeira da
NATO que esta semana aconteceu nos Países Baixos estiveram presentes 32
cordeiros mansos e obedientes às ordens do homem que, apesar de todo o seu
cadastro político, foi escolhido pelos americanos para dirigir o país e que é o
fanfarrão Donald John Trump. Entre os cordeiros, estiveram Keir Starmer e Emmanuel
Macron, Friedrich Merz e Recep Tayyip Erdoğan,
Viktor Órban e Giorgia Meloni, mas também os primeiros-ministros do Canadá e da
Dinamarca, países cuja soberania tanto tem sido ameaçada pelo dono da Trump Tower de Nova Iorque. As
diferentes famílias políticas que governam a Europa, como os social-democratas,
os socialistas, os democratas cristãos e outros, não revelaram quaisquer
discordâncias com os diktats de Trump
e aceitaram aumentar as suas despesas militares, como se os problemas
principais dos seus países fossem a ameaça russa.
A
Cimeira foi conduzida por uma aberração bajulatória chamada Mark Rutte, que
provavelmente trabalha para o Donald, a quem publicamente chamou daddy, tendo os países presentes
aceitado investir 5% do seu PIB em Defesa até 2035. Apenas Pedro Sánchez mostrou
dignidade e realismo, talvez porque tenha conhecimentos de economia e saiba que
as sociedades actuais não estão dispostas a alterar significativamente as suas
escolhas entre “canhões ou manteiga”. Porém, a posição de Sánchez foi
hostilizada por Trump que de imediato ameaçou a Espanha, como hoje revela o El
País e toda a imprensa espanhola.
A
Cimeira da NATO foi uma falácia que não teve outro objectivo para além de
empurrar os países europeus para “gastar em grande” na compra de material de
guerra americano que, muitas vezes, já é obsoleto quando chega ao seu destino.
No entanto, também serviu para mostrar que nem todos são cordeiros e,
parafraseando a famosa canção de Manolo Escobar, há que dizer: Y Viva España!