quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

A grave situação pandémica portuguesa

A situação pandémica em Portugal atingiu proporções muito dramáticas e já estão contabilizados 9.686 óbitos, enquanto os indicadores “novos casos por dia”, “internamentos, “internamentos em UCI” e “óbitos” continuam a aumentar, sem que seja possível fazer o achatamento da curva de progressão da pandemia. 
Jornal de Notícias destaca na primeira página da sua edição de hoje um sugestivo gráfico que mostra a evolução daqueles indicadores nos últimos cinquenta dias, onde fica a dúvida se ainda estamos perante uma segunda onda, ou se já entramos numa terceira onda, como afirmam alguns especialistas. A situação é demasiado grave e, nos últimos dias, o número diário de novos infectados chegou a cerca de catorze mil, enquanto os hospitais se aproximam da saturação e alguns profissionais de saúde estão próximos da exaustão. 
Não se conhece a explicação para esta situação, mas alguns invocam os relaxamentos natalícios, outros a euforia pela chegada das vacinas, outros ainda a faltas de medidas adequadas por parte das autoridades sanitárias. Mesmo numa situação tão grave como aquela que nos ameaça, não faltam os protagonistas do costume que que aparecem nas televisões a criticar e a dramatizar, em vez se unirem às autoridades para ajudar a vencer a crise. Não faltam especialistas, nem jornalistas, nem políticos para apontar todos os males ao governo e às autoridades sanitárias, como se fossem marginais e não zelassem pelo interesse público. No caso dos jornalistas é lamentável o esforço que fazem para construir a sua notícia verdadeira ou falsa, mas tão sensacionalista quanto possível, mesmo que para isso tenham que alarmar a população, criticar as autoridades sanitárias ou desacreditar o Serviço Nacional de Saúde. É um jornalismo da treta que não percebe como são difíceis os tempos que atravessamos.

A Democracia é frágil mas prevaleceu

“A Democracia é frágil mas prevaleceu”, afirmou Joe Biden no seu discurso de posse como 46º presidente dos Estados Unidos e essa foi a frase escolhida pelo Diário de Notícias para título da sua edição de hoje. 
Depois da turbulência gerada por essa figura que foi o derrotado Trump, que se revelou insignificante e menor, havia uma quase angústia pelo que poderia acontecer no dia 20 de Janeiro em Washington. Porém, as cerimónias decorreram com toda a normalidade, dentro da anormalidade que é a situação pandémica que se vive, mas também da ameaça de que pudessem surgir eventuais perturbações causadas pelos mais fanáticos apoiantes do anterior presidente. Afinal, parece que a cena do Capitólio foi “só fumaça” e que, embora de muita gravidade, foi mais uma das trapalhadas em que se meteu o anterior inquilino da Casa Branca. 
O Donald saiu pela porta pequena e, a menos que tenha deixado o terreno minado, em breve vai ser esquecida a sua desastrada passagem pela Casa Branca, apesar de ter atraído muitos milhões de votantes. O mundo vai respirar melhor e espera-se que os Estados Unidos possam rapidamente restaurar o seu prestígio no mundo e que se imponham pelo exemplo. Joe Biden e Kamala Harris afirmaram o seu desígnio de unir os americanos e revitalizar a democracia americana e, no seu discurso, o novo presidente apontou o objectivo de “fazer da América um farol para o mundo”. Cada vez mais, o mundo precisa de faróis que o guiem, mas também é necessário que Biden e Harris sejam os faroleiros de que a América precisa.