A situação pandémica em Portugal atingiu proporções muito dramáticas e já estão contabilizados 9.686 óbitos, enquanto os indicadores “novos casos por dia”, “internamentos, “internamentos em UCI” e “óbitos” continuam a aumentar, sem que seja possível fazer o achatamento da curva de progressão da pandemia.
O Jornal de Notícias destaca na primeira página da sua edição de hoje um sugestivo gráfico que mostra a evolução daqueles indicadores nos últimos cinquenta dias, onde fica a dúvida se ainda estamos perante uma segunda onda, ou se já entramos numa terceira onda, como afirmam alguns especialistas. A situação é demasiado grave e, nos últimos dias, o número diário de novos infectados chegou a cerca de catorze mil, enquanto os hospitais se aproximam da saturação e alguns profissionais de saúde estão próximos da exaustão.
Não se conhece a explicação para esta situação, mas alguns invocam os relaxamentos natalícios, outros a euforia pela chegada das vacinas, outros ainda a faltas de medidas adequadas por parte das autoridades sanitárias. Mesmo numa situação tão grave como aquela que nos ameaça, não faltam os protagonistas do costume que que aparecem nas televisões a criticar e a dramatizar, em vez se unirem às autoridades para ajudar a vencer a crise. Não faltam especialistas, nem jornalistas, nem políticos para apontar todos os males ao governo e às autoridades sanitárias, como se fossem marginais e não zelassem pelo interesse público. No caso dos jornalistas é lamentável o esforço que fazem para construir a sua notícia verdadeira ou falsa, mas tão sensacionalista quanto possível, mesmo que para isso tenham que alarmar a população, criticar as autoridades sanitárias ou desacreditar o Serviço Nacional de Saúde. É um jornalismo da treta que não percebe como são difíceis os tempos que atravessamos.