quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Ronaldo e a atração pelos dólares sauditas

O futebolista Cristiano Ronaldo conseguiu aos 37 anos de idade fazer o maior contrato alguma vez feito no mundo do futebol e esse facto é notícia porque se trata do português mais famoso que alguma vez existiu num país com quase nove séculos de História. Porém, à decisão de ir jogar para a Arábia Saudita não é alheio o enorme cheque que acompanha a assinatura do contrato com o Al-Nassr que, segundo tem sido divulgado, será de 500 milhões de euros por dois anos e meio, isto é, até Junho de 2025. Serão, portanto, cerca de 200 milhões de euros por ano o que fazem da sua remuneração a mais alta de sempre de um futebolista.
O Al-Nassr é o quinto clube na carreira de Cristiano Ronaldo, depois de ter jogado com as camisolas do Sporting, do Manchester United, do Real Madrid e da Juventus, tendo ganho cinco Taças dos Campeões Europeus e muitos outros troféus.
Ontem o jogador foi apresentado em Riade no estádio do seu novo clube, tendo chegado na companhia da mulher e de quatro dos seus cinco filhos, tendo sido recebido em delírio por cerca de 25 mil adeptos.
Num relato excitadíssimo, um jornalista português dizia ontem que Cristiano Ronaldo iria aparecer hoje nas primeiras páginas dos jornais de todo o mundo. Enganou-se. Exceptuando os jornais portugueses, apenas um jornal mexicano e um outro jornal dos Emirados destacou a apresentação de Cristiano Ronaldo em Riade como notícia de primeira página.
Provavelmente, a imprensa internacional considerou esta transferência de Cristiano Ronaldo, mais como uma operação de marketing internacional do que uma contratação futebolística, pois estará alinhada com as Nações Unidas que consideram que na Arábia Saudita, “os abusos dos direitos humanos estão descontrolados e incluem torturas, detenções arbitrárias e execuções”. É neste mundo que Ronaldo vai viver, embora anestesiado pelos dólares sauditas.