sábado, 3 de junho de 2017

A imprensa galega e a Marinha espanhola

A Marinha espanhola celebrou ontem o 300º aniversário da criação da Real Companhia de Guardas-Marinhas com diversas cerimónias, entre as quais um desfile naval realizado nas águas da ria de Pontevedra, a que presidiu o Rei Filipe VI e a que esteve presente o Rei emérito João Carlos I. Na sua primeira página o jornal La Voz de Galicia classifica o desfile como colossal e no desenvolvimento da notícia nas páginas interiores diz que foi espectacular, isto é, a imprensa galega apreciou o acontecimento e deu-lhe a cobertura que merecia, até porque os reis estavam presentes.
Foram sete navios de guerra da Marinha espanhola a desfilar em coluna, com o porta-aeronaves Juan Carlos I a abrir, seguido pelo navio de aprovisionamento logístico Patiño, por cinco fragatas e pelo submarino Tramontana, os quais saudaram os reis embarcados no navio-patrulha Tornado. Não é comum haver tantos navios de guerra na ria de Pontevedra e, por isso, nas suas margens aglomerou-se muito público para ver e para fotografar.
Realizaram-se depois alguns exercícios demonstrativos da preparação operacional da Marinha espanhola e, de seguida, o cerimonial comemorativo passou para terra. Nas instalações da Escola Naval em Marin, a poucos quilómetros da cidade de Pontevedra, o Rei Filipe VI prestou homenagem aos marinheiros caídos pela Espanha e, porque se cumpria o terceiro ano desde que Juan Carlos I renunciara à Coroa, prestou pública homenagem a seu pai ali presente, terminando com a frase “Gracias majestad!”.
Em Portugal também tivemos recentemente o Dia da Marinha com as principais cerimónias a serem realizadas em Vila do Conde mas, ao contrário do que aconteceu em Espanha onde muitos jornais trouxeram o tema para as suas primeiras páginas, o acontecimento não mereceu qualquer destaque da imprensa portuguesa. Certamente não é porque sejamos uma República, mas apenas porque muitos jornais ainda não sabem cumprir a sua função social de informar.