sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Tempos muito difíceis para Moçambique!

Moçambique é um país da costa oriental africana com fortes relações históricas e emocionais com Portugal, sendo governado pela Frelimo desde que o país conquistou a sua independência em 1975, mas o que se passa em Moçambique interessa aos portugueses no plano simbólico e no campo dos afectos.
No passado dia 9 de Outubro de 2024 realizaram-se as eleições presidenciais, em simultâneo com a eleição dos 250 deputados para a Assembleia da República e com a eleição dos membros das dez assembleias provinciais. No dia 16 de Outubro os relatórios preliminares mostravam que Daniel Chapo, um professor de Direito que foi o candidato da Frelimo, liderava a contagem dos votos. No dia 24, a Comissão Nacional de Eleições anunciou que Chapo vencera as eleições com 71% dos votos, que ganhara todas as eleições provinciais e que conquistara 195 dos 250 lugares de deputados. Vivendo o país em crise económica e com o desgaste de quase meio século de poder da Frelimo, aqueles resultados foram de imediato contestados pelo Partido Optimista pelo Desenvolvimento de Moçambique (Podemos) e pelo seu líder Venâncio Mondlane, que afirmaram que houve fraude eleitoral. 
Mondlane declarou-se vencedor e, poucos dias depois, eclodiram tumultos e muita violência por todo o território moçambicano, contestando os resultados eleitorais. Os confrontos entre a polícia e os manifestantes já provocaram quase três centenas de mortos e mais de cinco mil pessoas baleadas, segundo foi divulgado por diversas organizações não governamentais.
Apesar da contestação, Daniel Chapo foi investido como presidente de Moçambique no dia 15 de Janeiro, conforme noticiou o jornal O País que se publica no Maputo.
Porém, Mondlane não desiste e tem convocado manifestações em que a palavra de ordem é “matar um polícia por cada manifestante morto”, ou “dente por dente, olho por olho”, significando a vontade de continuar a contestação com violência e vingança.
Tempos muito difíceis para Moçambique!