No
corrente ano de 2015 a nossa vizinha Espanha vai ter eleições locais e autonómicas
em Maio e, no final do ano, terá eleições gerais que, de acordo com a lei, se realização
até ao dia 20 de Dezembro. Será, portanto, um ano em que os espanhóis vão ser
chamados às urnas para responder a muitas perguntas, embora a crise económica e
social e, em especial, a austeridade e o desemprego sejam os temas dominantes nas
disputas eleitorais. O PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) e o PP
(Partido Popular) têm sido os grandes protagonistas do processo político
espanhol, alternando maiorias e assegurando o governo do país. Porém, em
consequência da crise económica e social, do elevado desemprego e da continuada
austeridade, surgiram condições para a formação de uma nova força política que
de imediato mobiliou o cansaço e o descontentamento dos espanhóis. Foi criado
em Janeiro de 2014 e foi baptizado como Podemos.
Quatro meses participou nas eleições europeias, obteve 7,98% dos votos e
conquistou 5 cadeiras no Parlamento Europeu.
O sucesso
do Podemos de Pablo Iglésias despertou
uma onda de entusiasmo em Espanha, semelhante ao que se passou na Grécia com o
Syrisa de Alexis Tsipras. O barómetro de Janeiro do Centro de Investigações
Sociológicas (CIS), um organismo governamental autónomo, revelou que o Podemos já é a segunda força política
espanhola com 23,9% das intenções de voto e que está apenas a três pontos do PP,
que continua a ser o primeiro partido espanhol. Hoje, o diário ABC destaca exactamente a fulgurante ascensão de um partido que rejeita a austeridade, a má governação e a sujeição às imposições estrangeiras.
Faltam alguns meses para as
eleições legislativas espanholas, mas o fenómeno Podemos pode abrir um novo capítulo na história espanhola e,
naturalmente, também nos outros países da Europa do Sul. Até lá, aguardemos o
que vai acontecer no imbróglio grego…