sexta-feira, 5 de junho de 2020

Victoria 500: um novo museu em Sevilha

Uma réplica da nau Victoria, que deu a volta ao mundo entre 1519 e 1522, já está atracada na cidade de Sevilha, junto da histórica Torre do Ouro, passando a constituir um museu flutuante que vai funcionar como um centro de interpretação da famosa viagem. O Diario de Sevilla apresenta na sua edição de hoje o novo museu que comemora os cinco séculos da viagem de Magalhães e Elcano e que pretende reivindicar Sevilha como “la capital mundial de los viajes”. A réplica foi construída nos estaleiros de Punta Umbria por encomenda da Fundación Nao Victoria e no projecto participaram o Ayuntamiento de Sevilla, a Consejería de Cultura de la Junta de Andalucía e outros patrocinadores privados, que se uniram para dotar a cidade de um equipamento cultural de grande visibilidade estética e que vai permitir melhorar a oferta cultural e turística da cidade.
Segundo refere o jornal, a construção da nau demorou 18 meses e nela participou uma equipa multidisciplinar de seis dezenas de pessoas, entre historiadores, engenheiros navais, carpinteiros, artesãos e outros trabalhadores das províncias de Sevilha e Huelva que ressuscitaram uma arte quase extinta na Andaluzia.
Neste mesmo fim-de-semana em que a nau Victoria abre as suas portas ao público, embora com as restrições inerentes à pandemia do covid-19, também o Museu Marítimo da Torre do Ouro, uma filial do Museu Naval que foi instalada em 1944 na imponente torre construída em 1221 durante a dominação árabe, reabre as suas portas. Esta simbólica oferta de um monumento árabe, de uma réplica da nau quinhentista que deu a volta ao mundo e de dois museus, valoriza as margens do rio Guadalquivir e tem um importante significado cultural e turístico. Provavelmente, apesar das obras de requalificação da orla ribeirinha do rio Tejo, nada disto está pensado para Lisboa. E é pena.