Uma réplica da
nau Victoria, que deu a volta ao
mundo entre 1519 e 1522, já está atracada na cidade de Sevilha, junto da histórica
Torre do Ouro, passando a constituir um museu flutuante que vai funcionar como
um centro de interpretação da famosa viagem. O Diario de Sevilla
apresenta na sua edição de hoje o novo museu que comemora os cinco séculos da viagem
de Magalhães e Elcano e que pretende reivindicar Sevilha como “la capital
mundial de los viajes”. A réplica foi construída nos estaleiros de Punta Umbria
por encomenda da Fundación Nao Victoria
e no projecto participaram o Ayuntamiento
de Sevilla, a Consejería de Cultura de la Junta de
Andalucía e outros patrocinadores privados, que se uniram para dotar a cidade
de um equipamento cultural de grande visibilidade estética e que vai permitir
melhorar a oferta cultural e turística da cidade.
Segundo refere o
jornal, a construção da nau demorou 18 meses e nela participou uma equipa
multidisciplinar de seis dezenas de pessoas, entre historiadores, engenheiros
navais, carpinteiros, artesãos e outros trabalhadores das províncias de Sevilha
e Huelva que ressuscitaram uma arte quase extinta na Andaluzia.
Neste mesmo
fim-de-semana em que a nau Victoria
abre as suas portas ao público, embora com as restrições inerentes à pandemia
do covid-19, também o Museu Marítimo
da Torre do Ouro, uma filial do Museu Naval que foi instalada em 1944 na imponente
torre construída em 1221 durante a dominação árabe, reabre as suas portas. Esta
simbólica oferta de um monumento árabe, de uma réplica da nau quinhentista que
deu a volta ao mundo e de dois museus, valoriza as margens do rio Guadalquivir
e tem um importante significado cultural e turístico. Provavelmente, apesar das
obras de requalificação da orla ribeirinha do rio Tejo, nada disto está pensado
para Lisboa. E é pena.