quarta-feira, 8 de maio de 2024

Catástrofe climática no Rio Grande do Sul

Desde há cerca de uma semana que violentos temporais e chuvas de grande intensidade estão a afectar o estado brasileiro do Rio Grande do Sul (RS), que faz fronteira com o Uruguai e com a Argentina. Trata-se do estado mais meridional do Brasil, que é três vezes maior que Portugal e tem cerca cde 12 milhões de habitantes. A cidade de Porto Alegre, que é a sua capital, tem as suas rotas de acesso bloqueadas pelas águas e estima-se que 85% da cidade esteja sem água potável, nem energia eléctrica. O aeroporto Salgado Filho está inundado, como mostra a fotografia publicada na edição de ontem da Folha de S.Paulo, tendo sido encerrado por tempo indeterminado. É uma verdadeira catástrofe climática e humanitária, que está a afectar cerca de um milhão e meio de gaúchos, estando já contabilizados 95 mortos e mais de 130 desaparecidos, mas também cerca de quatro centenas de feridos e mais de duzentos mil desalojados. No centro histórico da cidade de Porto Alegre a inundação atingiu 5,25 metros, sem haver quaisquer garantias de que se reduza nos próximos dias porque há dificuldades na drenagem das águas, mas há situações bem mais extremas, como sucedeu no rio Taquari cujas águas subiram 30 metros.
Os meteorologistas afirmam que os temporais que ocorrem no Rio Grande do Sul são reflexo de três fenómenos que ocorrem localmente e que são agravados pelas alterações climáticas, respectivamente, a onda de calor e as correntes intensas de vento frio que sopram do sul, a influência da Amazónia e um bloqueio atmosférico.
A catástrofe representa um prejuizo incalculável e está a gerar uma onda de solidariedade, tanto no Brasil, como no exterior.