quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

De cimeira em cimeira, até...

Hoje começa em Bruxelas mais um Conselho Europeu e o jornal Público diz que “É a hora da verdade: zona euro reforça integração, ou entra em colapso”, enquanto numa linha a denunciar pouco optimismo e a preparar os portugueses para outras eventualidades, a revista Visão se interroga “E se o escudo regressa?”, enquanto o Jornal de Negócios pergunta “E se o euro acabar?”.
As expectativas quanto aos resultados desta Cimeira são muito moderadas. Ninguém espera o fim da crise. Alguns ainda falam na renovação do euro, outros já falam na sua derrocada, mas a maioria limita-se a dizer que, por agora, apenas se pretende recuperar um pouco da confiança e da credibilidades perdidas.
Uma investigação conduzida pela agência noticiosa Efe publicada pelo jornal espanhol El Mundo, concluiu que desde o colapso do Lehman Brothers – em Setembro de 2008 – houve 26 cimeiras europeias ordinárias e extraordinárias, nas quais foram gastos cerca de 234 milhões de euros. São cerca de 10 milhões de euros por cimeira, onde se incluem os gastos de organização do próprio Conselho Europeu, bem como as despesas com o destacamento policial e de segurança privada em Bruxelas, além das despesas de deslocação e de alojamento das delegações nacionais dos Estados-membros. São cimeiras a mais, que servem diversificados interesses marginais, mas que não têm resolvido o problema fundamental da Europa. Tornaram-se reuniões de amigos, em estilo "hollywoodesco", sempre hipocritamente sorridentes como se vivêssemos no melhor dos mundos. Está a faltar uma liderança europeia capaz, que dê um murro na mesa, que ponha na ordem as agências de rating, os eurocratas e os especuladores e que, sem equívocos, diga à chanceler alemã e ao presidente francês que, depois de 26 cimeiras inconclusivas, não foram competentes e que o seu tempo está esgotado.