segunda-feira, 4 de abril de 2011

Com a cabeça no polvo

Este cromo pertence ao mundo do futebol, que é um sector de actividade que trata de golos, penaltis, off-sides, claques e que vive com muito dinheiro, muitas viagens, muitos hotéis e muitos prémios.
O homem chegou à Associação de Futebol de Setúbal em 1970 e entrou na Federação Portuguesa de Futebol em 1983, onde se tem mantido até aos nossos dias. São mais de quarenta anos de futebolices! Uma vida a dirigir. Um verdadeiro dinossauro.
Distinguiu-se pela forma incompetente e irresponsável como geriu a selecção nacional em Saltillo, no desastroso Mundial de 1984. Ninguém lhe pediu contas. Assobiou para o ar e ficou agarrado ao lugar.
Depois, durante anos, foi tirando partido do seu tacho sem fazer ondas. Sempre a dirigir. Ninguém se lembrava dele, até que no último Campeonato do Mundo resolveu pôr a cabeça no polvo com que o Laurentino quis abafar o Queiroz. E fez mais esse jeito. É a sua especialidade desde há quarenta anos: fazer jeitos para sobreviver.
Embora já tenha dito que está a atingir o prazo de validade, ainda põe a hipótese de continuar no seu posto para além de 2011. Um exemplo de dedicação à causa pública!

O novo Audi A6

Portugal foi, no ano de 2010, o segundo país que mais cresceu em vendas de automóveis na União Europeia. Os portugueses compraram 223.491 novos carros ligeiros de passageiros, isto é, mais 38,8% do que em 2009, enquanto o mercado europeu retrocedeu 5,5%. Pode dizer-se que, mesmo sob o efeito da crise económica e com a crise política à vista, ou talvez por isso, “toda a gente” comprou carro novo em Portugal. Foi um festim!
Entretanto, hoje discutem-se os gravíssimos problemas de financiamento da economia portuguesa, com os juros a atingir novos máximos e com a forte possibilidade de se poder verificar uma ruptura de tesouraria nos cofres do Estado e das empresas. Crise e recessão estão à vista. Apesar disso, as marcas de automóveis inundam os painéis publicitários portugueses, certamente depois de terem feito os seus estudos de mercado. É anunciado, por exemplo, o novo Audi A6 que será vendido com um preço a partir de 50.950 euros.
Não compreendo a racionalidade do mercado automóvel, nem a racionalidade dos consumidores ou, então, esta campanha é apenas uma “prova de vida” da marca alemã.