A selecção
nacional de andebol está a disputar o Men’s
EHF Euro 2004 Handball, ou Campeonato da Europa de Andebol Masculino, que está
a decorrer em várias cidades da Alemanha. Na fase preliminar a equipa
portuguesa derrotou a Grécia por 31-24 e a República Checa por 30-27, tendo
perdido com a Dinamarca. Foi uma das doze equipas que passou à main round e, nesta fase, começou por
bater a Noruega por 37-32, tendo ontem derrotado a equipa da Eslovénia por
33-30. Ainda vai defrontar a Suécia e os Países Baixos, mas está bem colocada
para atingir as finais a disputar em Colónia e com boas possibilidades para se
apurar para os Jogos Olímpicos de Paris, o que seria um feito inédito.
Os jogos da
selecção nacional têm sido transmitidos pela RTP2 e têm constituído excelentes
espectáculos televisivos, para além de suscitarem o entusiasmo dos adeptos
desportivos, porque não é habitual que o nosso desporto tenha tão boas
prestações internacionais.
Depois da
excelência da exibição de ontem frente à Eslovénia, à qual a selecção nacional
não ganhava há treze anos, fiquei na expectativa de ver essa tão invulgar
notícia desportiva plasmada na nossa imprensa generalista e, em especial, na
imprensa desportiva. Puro engano. Só os jornais desportivos fazem uma discreta
referência de primeira página ao resultado do jogo com a Eslovénia. No caso do
jornal A Bola, que se afirma “jornal de todos os desportos”, todo o
destaque vai para um jogador argentino e outro brasileiro que marcaram os golos
com que o Benfica ganhou ao Boavista, mas os seus concorrentes seguem o mesmo
caminho nas suas linhas editoriais.
Alguém imaginava
que um jogo de futebol entre o Benfica e o Boavista pudesse merecer mais
destaque noticioso que uma brilhante vitória num jogo de andebol entre Portugal
e a Eslovénia? Será que os golos com os pés valem mais do que os golos com as mãos?
Os jornais e os
jornalistas são mesmo um mundo muito estranho!