sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Cooperação no Espaço, rivalidade na Terra

Depois de 371 dias no espaço, o astronauta americano de origem salvadorenha Francisco Carlos Rubio, ou simplesmente Frank Rubio, regressou à Terra a bordo da nave espacial russa Soyus MS-23, juntamente com os cosmonautas russos Sergey Prokopyev e Dmitri Petelin. A nave aterrou nas estepes do Kazaquistão depois de ter efectuado 5.963 órbitas à Terra e, na sua edição de ontem, o The Wall Street Journal deu grande destaque a este acontecimento. A missão foi iniciada no dia 21 de Setembro de 2022 a bordo de uma nave russa e estava previsto ter uma duração de seis meses na Estação Espacial Internacional, mas uma avaria provocada por uma colisão com lixo espacial, impediu o regresso da nave. Em Fevereiro de 2023 a NASA e a Roscosmos chegaram a acordo para trazer os astronautas de regresso à Terra, o que aconteceu agora. O inesperado prolongamento desta missão resultou de atrasos na preparação na equipa de substituição constituída pela americana Loral O’Hara e pelos russos Oleg Kononenkop e Nikolai Chub, que chegaram à Estação Espacial Internacional no dia 15 de Setembro. Este imprevisto tornou Frank Rubio no recordista da maior permanência de um americano no espaço, embora o recordista mundial seja o russo Valeri Polyakov que esteve 437 dias seguidos em órbita a bordo da estação espacial Mir, entre Janeiro de 1994 e Março de 1995. Porém, o que é de salientar neste acontecimento é a boa cooperação espacial mantida entre a Rússia e os Estados Unidos, o que nos obriga a pensar nas razões porque não param a guerra na Ucrânia, ou a perguntar que interesses separam estes dois cooperantes espaciais.