O Canadá é um grande
país da América do Norte com cerca de 40 milhões de habitantes e é o segundo
maior país do mundo em superfície, só ultrapassado pela extensa Federação Russa.
É uma federação constituída por dez províncias e três territórios, organizada
como uma democracia parlamentar integrada numa monarquia constitucional cujo
monarca reinante é Carlos III. Este delega as suas competências no
governador-geral do Canadá que, por sua vez, é escolhido pelo primeiro-ministro
canadiano, o que significa que o sistema político canadiano tem vários
formalismos constitucionais, mas que o poder político assenta de facto no
primeiro-ministro. Em termos de posicionamento militar, o Canadá é um dos doze
países que em 1949 criaram a NATO.
Desde 2015 que o seu
primeiro-ministro é Justin Trudeau, o líder do Partido Liberal, que sempre tem
mantido os seus compromissos com a NATO. Quando das eleições que o levaram ao
poder, Trudeau prometeu que os liberais nunca comprariam aviões F-35, porque
“seria um pesadelo para os contribuintes canadianos”. Porém, a imprensa
canadiana, incluindo o jornal Toronto Star, anunciou ontem que o
governo federal de Justin Trudeau concluiu um acordo com a multinacional
americana Lockheed Martin para a aquisição de 88 caças F-35 pelo valor de 19
mil milhões de dólares canadianos (cerca de 14 mil milhões de dólares
americanos). Os primeiros aviões serão entregues em 2026 e a nova frota ficará
toda operacional entre 2032 e 2034. Segundo a agência Reuters, o governo
federal canadiano fez um “grande reviravolta” ao anunciar aquele negócio “que
antes ridicularizava como um pesadelo desnecessário para os contribuintes”.
Ganhou a Lockheed Martin e perdeu a McDonnell Douglas que até agora equipava as
Forças Armadas do Canadá como os CF-18 Hornet. Necessidade militar? Consequência
da guerra na Ucrânia? Duelo entre os tubarões fabricantes de armamento? Cedência
aos interesses do vizinho americano?
Assim vai o
rearmamento do mundo. As lutas contra a pobreza, a fome e a desigualdade ficam
para depois.