quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

O Canadá reforça a sua capacidade militar

O Canadá é um grande país da América do Norte com cerca de 40 milhões de habitantes e é o segundo maior país do mundo em superfície, só ultrapassado pela extensa Federação Russa. É uma federação constituída por dez províncias e três territórios, organizada como uma democracia parlamentar integrada numa monarquia constitucional cujo monarca reinante é Carlos III. Este delega as suas competências no governador-geral do Canadá que, por sua vez, é escolhido pelo primeiro-ministro canadiano, o que significa que o sistema político canadiano tem vários formalismos constitucionais, mas que o poder político assenta de facto no primeiro-ministro. Em termos de posicionamento militar, o Canadá é um dos doze países que em 1949 criaram a NATO.
Desde 2015 que o seu primeiro-ministro é Justin Trudeau, o líder do Partido Liberal, que sempre tem mantido os seus compromissos com a NATO. Quando das eleições que o levaram ao poder, Trudeau prometeu que os liberais nunca comprariam aviões F-35, porque “seria um pesadelo para os contribuintes canadianos”. Porém, a imprensa canadiana, incluindo o jornal Toronto Star, anunciou ontem que o governo federal de Justin Trudeau concluiu um acordo com a multinacional americana Lockheed Martin para a aquisição de 88 caças F-35 pelo valor de 19 mil milhões de dólares canadianos (cerca de 14 mil milhões de dólares americanos). Os primeiros aviões serão entregues em 2026 e a nova frota ficará toda operacional entre 2032 e 2034. Segundo a agência Reuters, o governo federal canadiano fez um “grande reviravolta” ao anunciar aquele negócio “que antes ridicularizava como um pesadelo desnecessário para os contribuintes”. Ganhou a Lockheed Martin e perdeu a McDonnell Douglas que até agora equipava as Forças Armadas do Canadá como os CF-18 Hornet. Necessidade militar? Consequência da guerra na Ucrânia? Duelo entre os tubarões fabricantes de armamento? Cedência aos interesses do vizinho americano?
Assim vai o rearmamento do mundo. As lutas contra a pobreza, a fome e a desigualdade ficam para depois.