A guerra está
instalada nas fronteiras da Europa e as lições de Clausewitz tornam-se muito
actuais, apesar de terem sido escritas há quase duzentos anos. Foi em 1832 que,
postumamente, foi publicado um livro sobre guerra e estratégia militar
intitulado “Da Guerra”, que desde logo se tornou uma referência nas doutrinas
militares, tal como o seu autor Karl von Clausewitz, um general prussiano que,
entre muitos outros princípios, escreveu que “a guerra é uma simples
continuação da política por outros meios”. Quando nos nossos dias, depois de
muitos anos de paz, de progresso e de prosperidade dos povos europeus, vemos a
violência, a brutalidade e a desumanidade da guerra, as lições de Clausewitz
são lembradas por muita gente. As situações de guerra entre a Rússia e a
Ucrânia, tal como entre Israel e a Palestina, são “a simples continuação da
política por outros meios”. Em ambos os casos, não terão sido acauteladas as
realidades históricas e as aspirações dos povos, tendo imperado a
intransigência negocial e uma lógica belicista. Os políticos das grandes
potências não só deviam cuidar do bem-estar e da segurança das suas populações,
mas também deveriam assumir a responsabilidade pela promoção da cooperação
internacional, pelo apaziguamento das tensões, pela arbitragem de contenciosos
e pela preservação da paz no mundo, mas não foram capazes de encontrar
entendimentos e soluções negociadas para as históricas conflitualidades que
afectam as regiões actualmente em guerra. Objectivamente, os políticos das
grandes potências, sobretudo os que têm assento permanente no Conselho de
Segurança das Nações Unidas, não só contribuíram como, em alguns casos,
estimularam a guerra, para satisfação das suas ganâncias económicas ou
estratégicas.
Hoje o Daily
News, um dos principais jornais de Nova Iorque, anuncia o contra-ataque
israelita e a imagem utilizada mostra a enorme violência da guerra na Faixa de
Gaza.