domingo, 27 de agosto de 2017

O protesto antiterrorista de Barcelona

Uma multidão calculada em meio milhão de pessoas tomou parte numa grandiosa manifestação ontem realizada em Barcelona em protesto contra o terrorismo e, em especial, contra as acções terroristas do passado dia 17 de Agosto. A fotografia que o jornal La Vanguardia publicou na sua capa é expressiva.
No desfile tomou parte o rei Felipe VI, tendo sido a primeira vez que um chefe de Estado espanhol participou numa manifestação, na qual participou também o primeiro-ministro Mariano Rajoy, numa demonstração de solidariedade para com as vítimas, mas também num acto de confiança na unidade do país perante qualquer ameaça jihadista.
No momento tão grave por que passa a sociedade espanhola em que o seu modelo de vida é posto em causa pelo terrorismo internacional, a unidade é um elemento essencial para afastar o medo e para recuperar a confiança nas instituições responsáveis pela segurança nacional. Por isso, a manifestação de Barcelona teve o apoio do Rei e das instituições centrais e autonómicas. No entanto, tanto o rei como o primeiro-ministro foram vaiados por alguns movimentos independentistas catalães que conseguiram aproximar-se da frente da manifestação, o que foi condenado por muitos órgãos da comunicação social. Nestas situações de gravidade extrema, sejam actos terroristas ou incêndios florestais, não pode valer tudo. Há que respeitar as vítimas e não é tempo para aproveitamentos políticos. Os independentistas catalães foram longe de mais e mostraram como estão radicalizados.
A manifestação procurou mostrar que a cidade não tem medo porque está protegida pelas forças de segurança, sentindo-se orgulhosa pela rápida resposta das equipas de emergência, sobretudo do pessoal médico e dos hospitais. No manifesto lido na Praça da Catalunha, foi afirmado que “não conseguirão dividir-nos porque não estamos sozinhos, pois somos muitos milhões de pessoas que condenam a violência e defendem a convivência em Manchester e em Nairobi, em Paris ou Bagdade, em Bruxelas e Nova Iorque, em Berlim ou Cabul”. Associemo-nos, portanto, à manifestação de Barcelona.

Aste Nagusia, a grande festa basca

Terminam hoje em Bilbau as famosas festas Aste Nagusia Bilbao 2017 que, muitas vezes, são consideradas a maior mostra da cultura do País Basco (ou Euskal Herria), a região histórico-cultural do extremo norte da Espanha onde vive o povo basco.
Ao longo de oito dias, o Ayuntamiento de Bilbao promoveu um extenso programa de actividades que incluiu mais de quatro centenas de iniciativas como as corridas de touros, o teatro de rua, inúmeros concertos desde o lírico ao pop-rock, fogos de artifício e, sobretudo, muitas actividades características da cultura basca. De entre estas, destacaram-se as bilbainadas, um género musical típico da região da Biscaia e os jogos e as danças tradicionais bascas.
Este ano a Aste Nagusia teve como particular atracção uma exibição levantamento de pedras, uma tradição rural basca, que foi aproveitada para homenagear a família Izeta da povoação de Aia, que tem mantido esta prática ao longo de sucessivas gerações. Então, Hodei Izeta levantou uma pedra de 178 kg, o dobro do seu peso corporal, fazendo-o por 4 vezes; Jesús Mari levantou uma pedra cúbica de 113 kg durante 3 minutos; Hodei e José Ramón levantaram uma pedra de 100 kg apenas com uma mão e fizeram-no 80 vezes. Os pequenos Izeta Jakes (9 anos) e Unax (7 anos) também participaram e levantaram pedras de 25 kg.
Porém, o momento alto desta iniciativa do desporto rural basco foi o “ataque” à “mitica piedra de Mungia” que pesa 4.300 kg e que foi protagonizado por sete indivíduos bascos de superior compleição física e treino nesta arte. Sete forzudos, cinco por detrás e dois pela frente, dizia o Deia, o jornal nacionalista basco que se publica em Bilbao. A pedra foi movida durante 20 minutos ao longo de 68 metros! A multidão incitou e aplaudiu. Desde há quase 50 anos que a pedra não era movida e, por isso, o jornal dizia que “este dia quedará en la historia de todos los bilbainos”.