O porto de Brest
vai receber hoje a fragata L’Hermione,
uma réplica do navio que em 1780 transportou o Marquês de La Fayette em socorro
dos revolucionários americanos, festejando “son
retour en métropole” depois da sua viagem inaugural em que atravessou o
Atlântico Norte, visitou 13 portos americanos e recebeu 55 mil visitantes. Foi
uma viagem de grande sucesso que foi altamente mediatizada e que serviu para
prestigiar a França. Agora, durante uma semana o navio será o testemunho da
“velha amizade entre a cidade de Brest e os Estados Unidos” mas, também, um
motivo de orgulho da cidade. Segundo o Le Télégramme que se publica na
cidade bretã de Lorient e que na sua edição de hoje nos apresenta uma bela
fotografia do L’Hermione, foi de
Brest, então o maior porto francês, que saíu La Fayette mas também “o corpo
expedicionário do general Rochambeau, futuro vencedor da batalha de Yorktown, uma
vitória que foi decisiva para os revolucionários americanos e os seus aliados
franceses na sua luta pela independência contra o poder colonial britânico”.
Acrescenta o jornal que Brest foi o principal porto utilizado pelos americanos
durante a I Guerra Mundial, onde a partir de Novembro de 1917 desembarcaram 800
mil soldados americanos, mas também a primeira orquestra de jazz afro-americano
do 369º Regimento de Infantaria. Mais recentemente, a cidade foi libertada da
ocupação nazi pelo III Exército dos Estados Unidos no dia 19 de Setembro de
1944, depois de um terrível cerco que durou 39 dias. As acções de solidariedade
americana para com a cidade mártir de Brest começaram de imediato sob o impulso
do general Eisenhower e de sua mulher.
Em 1962 Brest geminou-se
com Denver, tendo sido a primeira cidade europeia a assumir esse estatuto com
uma cidade americana. Significa que a ligação ao mar da Bretanha se reforça com
esta tão profunda relação histórica e “esta velha amizade entre a cidade de
Brest e os Estados Unidos”, que a festejada presença do L’Hermione evoca.