Na sua edição de Badajoz,
o jornal Hoy publica hoje na sua primeira página uma fotografia a seis colunas
dos incêndios florestais que estão a afectar a região
centro de Portugal, com a legenda “los incendios de Portugal llenan de humo
Extremadura”. Acontece que o fumo derivado desses grandes incêndios que estão a
acontecer nas florestas portuguesas em conjugação com as condições atmosféricas
locais, deram origem a um “nuvem” que cobriu uma boa parte da Extremadura
espanhola e afectou algumas localidades, como as cidades de Badajoz, Cáceres e
Mérida.
Depois dos
catastróficos incêndios de 2017 e das inúmeras medidas tomadas, a dimensão dos
actuais incêndios é surpreendente. No entanto, o excesso de informações e de
directos televisivos, bem como as repetidas declarações dos deslumbrados
comandos da Protecção Civil, dos autarcas, dos bombeiros e da população, não nos ajudam a compreender o que realmente se passa,
porque ora nos dizem que está quase tudo controlado, ora nos informam que há
reacendimentos. Dizem-nos que há centenas de operacionais e de meios aéreos
envolvidos, mas também nos dizem que os meios são insuficientes. O cidadão
comum tem dificuldade em saber o que de facto se passa.
Desta vez, a luta e o aproveitamento político parecem estar
ausentes dos teatros de operações e a Cristas ainda não apareceu a dar palpites. Ainda bem. Deixem trabalhar os Bombeiros. O que há a fazer agora é combater as chamas e só depois se deverão fazer balanços e comparações. Já
o pequeno Marques Mendes, esse “comerciante político” como lhe chamou Carlos César,
não se conteve e tratou de dizer que “há muito boa gente que está indignada com
o que se está a passar, com a forma com que tudo isto uma vez mais está a
acontecer. Parece que tem semelhanças com há dois anos. Parece que afinal nada
mudou“. Porque é que essa criatura não espera para saber o que se passou e fala
depois? Porquê essa mania deste pequenote se pôr em bicos dos pés e falar de tudo, mesmo
daquilo que não sabe?