Esta
semana a OCDE veio lançar nuvens muito negras sobre o nosso futuro ao prever
que Portugal não atingirá as metas governamentais do défice público em 2013 e
2014, para além de apresentar previsões mais pessimistas para o consumo
privado, o investimento e a dívida pública. No mesmo sentido se pronunciou a
Comissão Europeia ao estender por mais um ano o período para fazer baixar o
défice abaixo dos 3%.
Ora, neste quadro de notícias nada animadoras em que a
economia se afunda e a vida de milhões de portugueses se está a transformar num
desgastante calvário, o verdadeiro responsável por este desastre veio dizer que
o Memorando que rege o nosso programa de ajustamento “foi mal negociado”. Só
agora, ao fim de dois anos, ele viu isso! Onde estava ele quando foi dito “este
é o nosso programa”? Ou quando o nosso primeiro dizia que “queremos ir para além
da troika”? Será que não ouviu o seu colega Catroga vangloriar-se porque a
negociação com a troika “foi
essencialmente influenciada” pelo seu partido? Ou que não ouviu Lobo Xavier e
Pacheco Pereira a afirmarem que foi o seu partido que forçou a vinda da troika? Se ele tivesse andado noutra
escola teria aprendido a frase de Bento de Jesus Caraça que está afixada no
átrio do ISEG: “se não receio o erro é porque estou sempre pronto a emendá-lo”.
Porém, ele não reconhece o erro e teimosamente insiste e não se emenda. Esconde-se das
evidências e, agora, “sacode a água do capote”. E para nos distrair deste enorme sarilho, recorre a um truque
desapropriado, com aquele pedido de simpatia pelas semanas difíceis que tem
vivido como adepto de futebol.
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