Mariano Rajoy foi
ontem a Paris visitar Emmanuel Macron e almoçaram nos jardins do Palácio do
Eliseu. Deve ter sido um frutuoso almoço de trabalho, com o resguardo de uma boa sombra, em dia de grande calor. Depois falaram aos jornalistas, afirmando a sua posição comum de
acelerar o projecto de integração europeia e comprometendo-se a trabalhar em
conjunto no combate anti-terrorista, na luta contra a imigração ilegal, na
política de apoio aos refugiados, na defesa e nas ligações das redes de
energia.
O acordo nestas
matérias entre Macron e Rajoy, ou entre a França e a Espanha, tem um significado
muito importante, sobretudo no quadro da União Europeia que se vai desenhar no
futuro sem o Reino Unido.
Naturalmente, os
jornalistas interrogaram o Presidente Macron sobre o problema do
independentismo catalão e as respostas foram inequívocas, tendo sido largamente
reproduzidas pela imprensa espanhola, nomeadamente pelo diário ABC:
- “Se trata de un tema interno de España y no tengo ningún comentario que hacer al respecto. Solo
conozco un socio y un amigo que es España, España toda entera. España en su
conjunto. Tengo un interlocutor y está aquí a mi lado, Mariano Rajoy. El resto
no me concierne”.
Com esta declaração Emmanuel Macron voltou a ter uma postura de grande
firmeza e rejeitou qualquer apoio ao independentismo catalão. Como era de
esperar.
Nos tempos da ditadura franquista havia alguma simpatia francesa pelas
reivindicações das regiões espanholas, mas esse tempo já lá vai. Nas relações
entre a França e a Espanha, dois estados democráticos e modernos, a Catalunha
não podia esperar outra resposta de Emmanuel Macron. Se os independentistas
catalães pensavam que podiam ter um aliado do outro lado dos Pirinéus
enganaram-se. Macron afirma-se cada dia como um homem de ideias firmes e capaz
de dar um grande contributo para tirar esta Europa deste estado de pré-naufrágio.