domingo, 11 de julho de 2021

Brasil chora a derrota na Copa América

O grande Brasil, que por vezes designamos como o país-irmão, está a atravessar uma fase de descrença e de melancolia que vai para além das marcas da crise global que todo o mundo atravessa. Naturalmente, a crise sanitária está na primeira linha dessa crise com mais de 500 mil mortes devido ao covid-19, mas desde a primeira hora que a liderança brasileira se revelou incapaz de enfrentar as dificuldades e de transmitir serenidade e esperança ao povo brasileiro. Pelo contrário, o presidente Jair Bolsonaro tem-se comportado com demasiada ignorância, muita boçalidade e enorme incompetência. Os seus índices de popularidade nunca foram tão baixos e as sondagens conduzidas pela Datafolha apontam para que na primeira volta das eleições de 2022, recolha apenas 25% das intenções de voto, enquanto Luiz Inácio Lula da Silva, o seu potencial adversário, já assegura 46% dessas intenções, enquanto numa segunda volta, qualquer que seja o adversário, o antigo presidente tem larga vantagem. A mesma sondagem da Datafolha revela que, pela primeira vez desde que começou a interrogar os brasileiros sobre um eventual processo de impeachment contra Jair Bolsonaro, já há 54% de brasileiros que se afirma favorável à sua destituição. Não se augura nada de bom nos próximos tempos. 
O Brasil atravessa, de facto, uma crise sanitária e política, mas também uma crise social e de confiança. A final da Copa América, disputada esta madrugada no Rio de Janeiro entre as equipas de futebol do Brasil e da Argentina, poderia ser um elemento mobilizador para transmitir uma centelha de entusiasmo ao povo brasileiro que tanto gosta de futebol. As coisas não correram bem e os argentinos ganharam por 1-0.
A Argentina festeja e o Brasil chora. Melhores dias virão para os brasileiros.