segunda-feira, 29 de agosto de 2022

A euforia viajante do Presidente Marcelo

O jornal moçambicano O País anuncia na sua edição de hoje que Moçambique e Portugal realizam uma cimeira na próxima semana em Maputo e publica a fotografia dos presidentes dos dois países em caloroso abraço. Desde que no dia 9 de Março de 2016 tomou posse do cargo para que foi eleito, o presidente da República Portuguesa realizou 97 viagens presidenciais a 44 diferentes países, destacando-se Espanha (16 visitas), França (12 visitas), Estados Unidos (8 visitas), Brasil (6 visitas), Cabo Verde e Itália (5 visitas), Angola (4 visitas), Andorra, Bélgica, Grécia, Moçambique, Reino Unido e S. Tomé e Príncipe (3 visitas), Alemanha, Bulgária, Rússia e Vaticano (2 visitas) e, com apenas uma visita, Afeganistão, Áustria, China, Colômbia, Costa do Marfim, Croácia, Cuba, Egipto, Eslovénia, Guatemala, Guiné-Bissau, Hungria, Índia, Israel, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Marrocos, México, Países Baixos, Panamá, República Centro-Africana, Senegal, Suíça, Timor-Leste e Tunísia. Tantas viagens a tantos países, fazem de Marcelo Rebelo de Sousa o mais viajado presidente da História de Portugal que, no corrente ano, já fez viagens a França, Países Baixos, Moçambique, Espanha, Timor-Leste, Reino Unido, Andorra, Brasil e Angola. 
Começa a ser altura de se fazer uma avaliação custo/benefício de tantas viagens porque, aparentemente, delas pouco mais fica do que os afectos populares que recebe e as selfies, além das repetitivas entrevistas espontâneas que lhe são feitas pelos jornalistas seus acompanhantes. Até o jornal O País se rende a esta euforia do presidente português, ao assumir que vai fazer mais uma visita a Moçambique, mas não sabemos se a notícia é falsa ou verdadeira. Porém, se recordamos que Marcelo Rebelo de Sousa esteve em Moçambique em Março, podemos perguntar o que há de novo a justificar esta viagem, se realmente ela estiver para ser feita. Temos tantos problemas por cá, que não se sabe que sentido ou que utilidade têm tantas viagens, para além de não sabermos quem compõe as suas comitivas, nem quanto custa tudo isto aos contribuintes portugueses.