sábado, 14 de janeiro de 2012

A excepção e a regra

António Mota de Sousa Horta Osório é um cidadão português nascido em Lisboa no ano de 1964 e é licenciado em Administração e Gestão de Empresas pela Universidade Católica.
Depois de uma carreira bancária bem sucedida, em Março de 2011 passou a presidir ao nacionalizado Lloyds Bank. Começou o seu trabalho, mas em Novembro foi forçado a afastar-se por recomendação médica, devido ao excesso de stress.
Dois meses depois regressou ao banco e começou logo a dar o exemplo, ao decidir abdicar do bónus anual relativo a 2011 a que tinha direito, com o argumento de que a sua ausência prejudicara o banco, mas também porque disse "haver muita gente a atravessar dificuldades financeiras".
Na prática, Horta Osório prescindiu de 2,3 milhões de libras, ou seja 2,8 milhões de euros, que é o montante que está definido no seu contrato de trabalho e que equivale a 225% do seu salário fixo. No entanto, tendo em conta que só esteve cerca de 7 meses no banco, o bónus que lhe estaria destinado poderia ficar ligeiramente abaixo dos 2 milhões de libras.
A sua decisão deixa a porta aberta para uma tomada de consciência do sector financeiro inglês, no sentido dos seus administradores seguirem o mesmo caminho e abdicarem dos bónus milionários a que se habituaram.
Este exemplo tem paralelo com o que sucedeu com o general Ramalho Eanes, quando em 2008 prescindiu dos retroactivos relativos à reforma como general a que tinha direito, que ascenderiam a mais de um milhão de euros.
Estes homens merecem o meu singelo aplauso. Estes homens são a excepção porque, aqui no rectângulo, a regra é outra.