A situação que se
vive na Faixa de Gaza é catastrófica e atentatória da dignidade humana, segundo
todos os relatos e todas as imagens que nos chegam. Já não se trata de exercer
o legítimo direito de defesa perante a crueldade do ataque do Hamas de 7 de
Outubro, porque o que as forças israelitas estão a fazer sob as ordens de
Benjamin Netanyahu é um massacre, que visa o extermínio da população
palestiniana. Havia dúvidas quanto a essas intenções, mas a brutalidade da
vingança israelita acabou com elas. Depois da resolução da Assembleia Geral das
Nações Unidas em que a comunidade internacional pediu um cessar-fogo imediato
em Gaza, foi Joe Biden que veio afirmar publicamente as suas divergências com o
governo israelita e afirmar que Israel começou a perder apoios devido aos seus
bombardeamentos indiscriminados contra Gaza. Mais recentemente, foram a França,
o Reino Unido e a Alemanha a pedir um cessar-fogo sustentável e a pedir que se
trabalhe por uma paz duradoura entre Israel e a Palestina.
O problema
agravou-se nos últimos dias com duas notícias que chocaram o mundo. A primeira
foi a divulgação pelos serviços secretos americanos que das 29.000 bombas já
lançadas sobre Gaza, cerca de 40-45% foram bombas não teleguiadas, ou bombas
“burras”, que têm menor precisão e produzem efeitos de destruição e morte
colaterais. A segunda, foi a morte de três reféns que foram abatidos por
soldados israelitas, apesar de estarem de tronco nu, de acenarem uma bandeira
branca e de um deles ter pedido socorro em hebraico.
A imprensa americana
começa a ter um novo olhar sobre o conflito de Gaza. Apesar de, tradicionalmente,
apoiar Israel, já começou a criticar a brutalidade da actuação das forças de
defesa israelita. Vários jornais, como The Citizen, que se publica em
Auburn, uma cidade do estado de Nova Iorque, situada nas proximidades do Lago
Ontário e a cerca de 450 da cidade de Nova Iorque, na sua última edição critica
Israel e destaca que está “comprometido como sempre” com a guerra.