Foi uma tragédia,
das maiores que aconteceram em Portugal desde há muitos anos! Foi a brutalidade
da perda de pelo menos 62 vidas em condições dramáticas, que deixaram o nosso
país impressionado, comovido e de pesado luto, quando no passado sábado o fogo
cercou aldeias e atravessou estradas, apanhando na sua fúria muita gente,
sobretudo na estrada nacional A 236, onde pereceram 47 pessoas dentro ou junto dos seus automóveis.
Segundo tudo
indica, o incêndio que deflagrou na região de Pedrógão Grande terá sido causado
por uma trovoada seca, provavelmente com vários focos, tendo sido muito rápida
a propagação do fogo. Para isso terão contribuido as altas temperaturas, o
aparecimento de vento forte e desencontrado, o elevado estado de secura da
floresta, a orografia do terreno com ravinas e desfiladeiros muito acentuados,
para além dos problemas existenciais do nosso ordenamento florestal e da falta
de limpeza da floresta. Para quem conhece o nosso país e o percorre de automóvel,
sobretudo no centro do país onde predominam grandes manchas florestais, este
quadro nem é surpreendente.
Agora, é uma hora
de profunda dor e não é altura para apontar o dedo a eventuais responsáveis,
nem para louvar quem o possa merecer, mas é tempo para uma reflexão sobre as
razões de tudo isto, desta crueldade que é a perda de tantas vidas nestas
circunstâncias. Porquê, pergunta o Público. Agora, como referiu o
Presidente da República, há que reforçar a nossa solidariedade para com os que
sofreram ou sofrem e unirmo-nos “todos como um só”.
O dramatismo
deste incêndio teve grande repercussão na imprensa internacional e encheu as
primeiras páginas de jornais estrangeiros, sobretudo espanhóis, tendo gerado a
solidariedade de vários países que de imediato decidiram ajudar com meios
aéreos e bombeiros.
A tragédia de
Pedrógão Grande não nos sairá da memória.