Finalmente,
depois de tantas hesitações, Portugal reconheceu o Estado da Palestina e passou
a estar incluído no grupo de 157 países-membros das Nações Unidas que o
reconhecem e que correspondem a 81,3% do seu plenário, como foi noticiado pelo
jornal Público.
Foi preciso que o território de Gaza fosse destruído
pela desumanidade dessa figura verdadeiramente sinistra que é Benjamin
Netanyahu, que tivessem sido mortas cerca de 65 mil pessoas e que cerca de dois
milhões de palestinianos estejam a ser massacrados pela guerra e pela fome,
para que o governo português tivesse reconhecido a Palestina. Porém, mais vale
tarde que nunca e, por isso, esta decisão deve ser saudada.
O reconhecimento
de um país por outro resulta da visão que este país tem da real situação do
outro, isto é, se tem uma população permanente, se tem fronteiras territoriais
bem definidas, se tem um governo efectivo e se tem uma organização política que assegure
os direitos fundamentais dos cidadãos, a separação de poderes e a estabilidade
social. Não é seguro que a Palestina cumpra todos esses critérios, até porque
tem uma parte do seu território ocupado ou destruído por Israel, com os seus
extremistas a praticar uma agressiva política de genocídio em Gaza, que
constitui uma das maiores crueldades da história recente da Humanidade.
Por
isso, vários países como o Reino Unido, a França, o Canadá, a Austrália e
Portugal, entre outros, cada dia mais pressionados pelas suas opiniões públicas
e rendidos às evidências do cruel massacre do povo palestiniano e da violação
dos seus direitos humanos, reconheceram a Palestina num acto simbólico, mas
também num apelo para que Israel termine com a sua agressão desproporcionada e
criminosa ao povo palestiniano.
Porém, como se vê diariamente nas nossas
televisões, o lobby israelita está
activo e há quem, não tendo vergonha nem dignidade nenhuma, defenda a crueldade, a violência e a desumanidade de Netanyahu e dos seus seguidores. Se essa gente soubesse o
que é a guerra e o sofrimento que provoca, teria certamente outra opinião.