Há algumas
semanas atrás foi revelado com grande polémica à sua volta, que o gestor português Carlos Tavares, actual
presidente do grupo PSA Peugeot Citroën,
tinha quase duplicado as suas remunerações de 2014 para
2015, passando dos 2,75 para os 5,2 milhões de euros. Muita gente se indignou
com esta notícia, incluindo o primeiro-ministro francês Manuel Valls e os dois
representantes estatais no conselho de administração daquele grupo automóvel,
mas também os sindicatos, porque entendem que esta remuneração não corresponde à realidade
em que vivem os assalariados franceses.
Hoje o diário
económico La Tribune retoma esse assunto, destacando a fotografia de Carlos
Tavares na sua primeira página e divulgando um estudo sobre as remunerações dos
gestores das 40 empresas que integram o CAC
40 (Cotation Assistée en Continu), o mais importante índice bolsista francês.
Esse estudo revela que em 2015 o envelope remuneratório dos gestores do CAC 40 aumentou
32% em relação a 2014 e que, no ano de 2015, Carlos Tavares foi o sétimo gestor
mais bem pago em França, tendo os seus proveitos totalizado 5 202 839,87
euros, que se repartiram por 1,3 milhões de euros de salário fixo, 1,93 milhões
de euros de rendimentos variáveis e 130 mil ações do grupo, valorizadas
actualmente em 2,01 milhões de euros. É muito dinheiro em qualquer parte do mundo, certamente porque o
mérito é muito grande, como provam os resultados que alcançou. Esse estudo “absolveu”
Carlos Tavares, ao salientar que “Tavares méritait
bien une grosse augmentation” e associa esse mérito ao facto de ter recuperado o grupo
que se valorizou 58,6% na sua cotação bolsista. O tempo da mala de cartão e do bidonville já lá vai. Como os tempos mudaram para os
portugueses em França!