sábado, 18 de outubro de 2025

A reconciliação nacional em Angola

Aproxima-se a data em que a República de Angola celebra os 50 anos da sua independência, que aconteceu depois de cerca de 13 anos de luta de libertação nacional contra o colonialismo português, na qual os movimentos que combateram as tropas portuguesas eram o MPLA dirigido por Agostinho Neto, a FNLA dirigida por Holden Roberto e a UNITA dirigida por Jonas Savimbi.
Estes três movimentos tinham origens diferentes e eram rivais, não tinham implantação nacional e tinham ideários e apoios internacionais distintos, pelo que algumas vezes se combateram entre si, o que acabou por auxiliar indirectamente as tropas portugueses. Porém, como se verificou com o movimento do 25 de Abril, o problema de Angola era político e não militar, pelo que em face da pressão interna e internacional, o Estado Português se limitou a reconhecer o direito à autodeterminação e independência de Angola. Porém, durante o período de transição da soberania, os três movimentos de libertação combateram-se intensamente, mas foi possível chegar aos Acordos do Alvor assinados no dia 28 de Janeiro de 1975 entre o Estado Português e os três movimentos de libertação, em que era aceite que o governo de Angola seria exercido por um Alto-comissário português em conjunto com representantes de cada movimento. As rivalidades acentuaram-se e à guerra de libertação nacional, sucedeu-se a guerra civil que durou até 2002 e terminou com a vitória do MPLA. Os derrotados foram proscritos mas, lentamente, tanto a FNLA como a UNITA foram integrados na democracia angolana.
Com a aproximação da festa dos 50 anos da independência e de acordo com o jornal O País, o presidente João Lourenço decidiu condecorar a título póstumo os homens que assinaram os Acordos do Alvor, num gesto de reconciliação nacional que vence muitos tabus da história recente de Angola e está em linha com a verdade histórica.
O progresso e o futuro dos 35 milhões de angolanos também passa por este tipo de medidas.