Aproxima-se a
data em que a República de Angola celebra os 50 anos da sua independência, que
aconteceu depois de cerca de 13 anos de luta de libertação nacional contra o
colonialismo português, na qual os movimentos que combateram as tropas portuguesas
eram o MPLA dirigido por Agostinho Neto, a FNLA dirigida por Holden Roberto e a
UNITA dirigida por Jonas Savimbi.
Estes três
movimentos tinham origens diferentes e eram rivais, não tinham implantação
nacional e tinham ideários e apoios internacionais distintos, pelo que algumas
vezes se combateram entre si, o que acabou por auxiliar indirectamente as
tropas portugueses. Porém, como se verificou com o movimento do 25 de Abril, o
problema de Angola era político e não militar, pelo que em face da pressão
interna e internacional, o Estado Português se limitou a reconhecer o direito à
autodeterminação e independência de Angola. Porém, durante o período de
transição da soberania, os três movimentos de libertação combateram-se intensamente, mas foi
possível chegar aos Acordos do Alvor assinados no dia 28 de Janeiro de 1975
entre o Estado Português e os três movimentos de libertação, em que era aceite
que o governo de Angola seria exercido por um Alto-comissário português em
conjunto com representantes de cada movimento. As rivalidades acentuaram-se e à
guerra de libertação nacional, sucedeu-se a guerra civil que durou até 2002 e
terminou com a vitória do MPLA. Os derrotados foram proscritos mas, lentamente,
tanto a FNLA como a UNITA foram integrados na democracia angolana.
Com a aproximação
da festa dos 50 anos da independência e de acordo com o jornal O
País, o presidente João Lourenço decidiu condecorar a título póstumo os
homens que assinaram os Acordos do Alvor, num gesto de reconciliação nacional
que vence muitos tabus da história recente de Angola e está em linha com a
verdade histórica.
O progresso e o futuro dos
35 milhões de angolanos também passa por este tipo de medidas.