A situação em Moçambique já
se vinha a deteriorar nas últimas semanas devido a rivalidades políticas e divergências
quanto à legislação eleitoral, com acusações mútuas entre a Frelimo, que é o partido
maioritário e que governa o país, e o principal partido da
oposição que é a Renamo. Estes dois partidos protagonizaram uma violenta guerra civil que
durou desde 1975 a 1992, ano em que foi assinado o Acordo de Roma mas,
aparentemente, a Renamo nunca se desarmou completamente. No entanto, passou a
participar na vida democrática moçambicana e, actualmente, na Assembleia Nacional
de Moçambique dispõe de 51 deputados que se sentam ao lado dos 191 deputados da
Frelimo e dos 8 deputados do Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
Ontem
ocorreram confrontos armados entre os dois maiores partidos e o quartel-general da
Renamo em Santungira, na província de Sofala, a cerca de 600 quilómetros para norte da cidade de Maputo, foi assaltado pelas Forças Armadas de Defesa de
Moçambique. Segundo destaca o jornal O País que se publica em Maputo, não houve
mortos nem feridos, tendo Afonso Dhlakama e os seus homens fugido para a serra da
Gorongoza. A Renamo já anunciou que
esta acção marca o fim da democracia em Moçambique e pode levar o
partido a pegar novamente em armas a nível nacional, enquanto o presidente
Armando Guebuza afirmou que não há espaço no país para dois exércitos. Entretanto,
poucas horas depois, em retaliação e como sinal de resistência, homens armados da Renamo atacaram
um posto da polícia em Maríngué, no centro de Moçambique.
É preciso accionar rapidamente
todos os mecanismos e canais de influência, alguns dos quais passam por
Portugal, para que esta turbulência entre moçambicanos fique por aqui. Falem, dialoguem, entendam-se!