A costa leste dos
Estados Unidos e, em especial, as regiões do nordeste, tem estado sob o efeito
de uma onda de frio polar sem precedentes nos registos históricos existentes e
a agenda mediática tem assinalado esse facto. Muitos dos jornais publicados, um
pouco por todo o país, têm ilustrado as suas edições com expressivas fotografias do
gelo e da neve, sobretudo nas cataratas do Niagara e no porto de Nova York, mas
também em outros locais. Os efeitos daquela frente fria têm sido arrasadores e
têm afectado muitos milhões de pessoas, tendo sido registadas cerca de três
dezenas de mortes, sobretudo por hipotermia. Embora não seja uma situação invulgar
naquelas latitudes americanas, o facto é que estes dias têm sido
particularmente rigorosos e têm feito sofrer muitos milhões de pessoas que
ficaram retidas em casa, enquanto as ruas ficaram cobertas de neve e vazias, os
transportes públicos foram interrompidos, milhares de voos foram cancelados ou
sofreram atrasos consideráveis e as escolas e as empresas fecharam as suas
portas, isto é, o quotidiano de uma grande parte dos Estados Unidos foi
seriamente afectado. As zonas mais atingidas têm sido os estados de Nova York,
Connecticut, Massachusetts e Maine. Em Nova York registaram-se as mais baixas
temperaturas das últimas décadas e os termómetros até marcaram -34º C, enquanto as
águas do seu porto congelaram. Na cidade de Boston acumularam-se mais de dois metros
e meio de neve nos últimos dias e as águas do seu porto congelaram. As
cataratas do Niagara também congelaram e até os jardins da Casa Branca, em
Washington, se cobriram de neve.
A edição do Newsday escolheu o título Ice Age (a Idade do Gelo), numa alusão ao período em que extensos mantos de gelo cobriram a América do Norte, mas também uma fotografia elucidativa e insólita, que é um bom exemplo de
fotojornalismo: as águas do porto de Nova York congeladas e o porto quase a precisar da acção de
navios quebra-gelos.