O Orçamento do Estado para 2013, recentemente aprovado, constitui um verdadeiro atentado contra os reformados, mostrando como os nossos governantes e os deputados que os apoiam são uns valentões, ao atacarem os mais fracos e os que não têm capacidade reivindicativa. Já não bastava o aprofundamento da crise que têm provocado, com o aumento da recessão e do desemprego, porque desesperados e cegos, continuam a conduzir-nos para o desastre. São doentiamente teimosos. Vivem obcecados com a recolha de impostos. O passos-gasparismo ataca os reformados e as suas pensões, o que não estava contemplado no memorando da troika, inventando agora uma contribuição extraordinária de solidariedade que vai ser aplicada às pensões e que pode ir dos 3,5% aos 50%. Ao contrário disto, na complexa situação espanhola as pensões vão aumentar, embora abaixo do índice de inflação: as pensões abaixo de 1000 euros sobem 2% e as outras sobem apenas 1%. Aqui os valentões encontraram outro caminho.
Segundo hoje revela o Jornal de Notícias, esta iniciativa corresponde a um saque de 421 milhões de euros aos reformados. Há quem lhe chame roubo, pois as pensões são um património acumulado pelas pessoas e não são um subsídio, nem uma esmola. Os nossos governantes-contabilistas falam com entusiasmo de uma desgraça que não entendem. A troika felicita-os. Os seus patrões alemães elogiam-nos. Mais uma vez, os governantes mostram que não estudaram a realidade do país e que não são competentes. Que estão ao serviço da troika e não ao serviço dos portugueses. Que não são honestos pois nada disto tinha sido prometido em campanha eleitoral. Que são insensíveis à realidade social e que, descaradamente, abusam do seu poder, ao transferir os descontos de quem, obrigatória ou facultativamente, os fez ao longo dos anos. É uma vergonha imprópria de um Estado de Direito. É um grosseiro conjunto de inconstitucionalidades que deve ser travado pelo VCE e pelo TC.