Iniciou-se hoje
em Madrid a cimeira da NATO em que participam os chefes de estado ou os chefes
de governo dos países membros e que ocorre quando a invasão russa da Ucrânia já
dura há mais de quatro meses. Por isso, a Rússia vai estar no centro desta
reunião como o “inimigo” e não deixa de ser curioso que em 2010, na cimeira de
Lisboa, tinha sido considerada um “parceiro”. Como as coisas se alteraram em tão
pouco tempo!
Sobre a cimeira de Madrid o jornal francês Le Figaro escreve na sua
edição de hoje que a NATO está em “conselho de guerra” perante a Rússia e, de
facto, as declarações de vários dirigentes que estão presentes em Madrid
mostram que estão dispostos a continuar a apoiar militarmente a Ucrânia e a
resistir à invasão russa, num quadro operacional que se tem agravado e que é
muito complexo, até porque acontece numa situação de crise económica em
agravamento.
A situação vem-se revelando cada vez mais como um confronto entre a
Rússia e os Estados Unidos, ou entre a Rússia e a NATO, embora também haja quem inclua a China
nesta equação e daí que a Austrália, o Japão e a Coreia do Sul também estejam
presentes nesta cimeira da NATO como convidados. O falcão Jens Stoltenberg, que é o secretário-geral da
NATO, tem-se desdobrado em declarações e tem
anunciado que vai ser aprovado um novo conceito estratégico que deverá
definir a Rússia como a maior e mais directa ameaça aos países da NATO, que
deverá ser alargada a NATO com a adesão da Suécia e da Finlândia à organização e que vai
ser aprovado o reforço de meios e forças de alta prontidão, sendo avançado o número
de 300.000 soldados que serão colocados nas fronteiras orientais da NATO.
Porém,
o que o Stoltenberg não diz é que a China vai “estar”
na cimeira, que voltamos à corrida aos armamentos e que os riscos de uma
terceira guerra mundial são cada vez maiores. Chama-se a tudo isto uma
preocupante escalada.