A
edição de ontem do Diário de Notícias destacou na sua primeira página que mais 63
polícias iam reforçar o Corpo de Segurança Pessoal da PSP, isto é, os actuais
380 guarda-costas desse corpo já não chegavam para proteger os nossos políticos
e juízes.
O
número impressiona e este aumento de 16,5% também surpreende, numa altura em
que somos os campeões mundiais no pagamento de impostos e em que, cada vez
mais, o Estado nos obriga a pagar os serviços que nos presta sob a forma de
portagens, taxas moderadoras, proprinas e licenças para isto e para aquilo. Acontece
que este reforço de guarda-costas, dos quais 36 já se destinam em permanência a
Cavaco, Passos e Portas, custam ao erário público 54 mil euros por mês para além
das ajudas de custo, viagens, alojamento, refeições, viaturas, combustíveis e
subsídios para tudo e para mais alguma coisa. Estes e os outros dignitários que
usam e abusam de guarda-costas pagos pelos contribuintes, decerto que não estão
de bem com a sua consciência e temem o povo e o seu direito à indignação. Se
orientassem a sua actividade política e governativa, tal como para isso foram
mandatados pelo voto, para contribuirem para o progresso económico e social do
país, seriam aplaudidos e ovacionados pela população. Porém, porque não é isso
que fazem e não estão de boa consciência, escondem-se atrás de guarda-costas,
até na praia. Afinal eles têm medo de quê ou de quem? Não, definitivamente digo
não, a este espectáculo de multidões de guarda-costas a proteger gente de má
consciência.