quinta-feira, 9 de abril de 2015

Os exóticos periquitos da nossa Lisboa

Na sua edição de ontem o diário inglês The Guardian esqueceu alguns dos temas nacionais e internacionais relevantes e dedicou a fotografia da sua primeira página ao psittacula krameri, uma ave que é conhecida em Portugal como periquito-de-colar, periquito-de-colar-rosa, periquito-rabo-de-junco ou periquito-da-Índia.
Trata-se de  uma ave de origem indiana ou africana, com a plumagem verde, com o bico vermelho em forma de gancho e com a cauda longa e afilada. Mede entre 38 e 43 centímetros, mas a sua cauda mede cerca de metade do comprimento total. Os machos têm um colar à volta do pescoço, o que permite distingui-los das fêmeas. Voam em pequenos bandos e são muito barulhentos.
É a única ave da família dos papagaios e periquitos em liberdade na Europa, como resultado de fugas de cativeiro ou de libertações deliberadas, havendo-os em várias cidades europeias. Em Portugal começaram a aparecer há poucos anos, mas a sua população tem aumentado muito rapidamente, sobretudo em Lisboa, onde pode ser visto em muitos parques e jardins, como o Jardim da Estrela, o Jardim Botânico da Ajuda, o Jardim do Ultramar, o Parque Gulbenkian, o Parque Tejo e em muitos outros jardins e zonas arborizadas, mas também já aparecem no Porto, Comporta, Guimarães, Alvor e Torres Novas.
Gosto de ver os psittacula krameri e de os fotografar a partir da minha janela lisboeta, empoleirados nas árvores ou voando em pequenos bandos, porque dão um ar exótico à cidade e nos recordam a vertente exótica do nosso passado histórico, que nos levou a percorrer todos os mares e a reconhecer o mundo, muito para além das limitadas fronteiras da Europa.