Na sua edição de
ontem o diário inglês The Guardian esqueceu alguns dos
temas nacionais e internacionais relevantes e dedicou a fotografia da sua
primeira página ao psittacula krameri,
uma ave que é conhecida em Portugal como periquito-de-colar, periquito-de-colar-rosa,
periquito-rabo-de-junco ou periquito-da-Índia.
Trata-se de uma ave de origem indiana ou africana, com a
plumagem verde, com o bico vermelho em forma de gancho e com a cauda longa e
afilada. Mede entre 38 e 43 centímetros, mas a sua cauda mede cerca de metade
do comprimento total. Os machos têm um colar à volta do pescoço, o que permite
distingui-los das fêmeas. Voam em pequenos bandos e são muito barulhentos.
É a única ave da
família dos papagaios e periquitos em liberdade na Europa, como resultado de
fugas de cativeiro ou de libertações deliberadas, havendo-os em várias cidades
europeias. Em Portugal começaram a aparecer há poucos anos, mas a sua população
tem aumentado muito rapidamente, sobretudo em Lisboa, onde pode ser visto em
muitos parques e jardins, como o Jardim da Estrela, o Jardim Botânico da Ajuda,
o Jardim do Ultramar, o Parque Gulbenkian, o Parque Tejo e em muitos outros
jardins e zonas arborizadas, mas também já aparecem no Porto, Comporta, Guimarães,
Alvor e Torres Novas.
Gosto de ver os psittacula krameri e de os fotografar a
partir da minha janela lisboeta, empoleirados nas árvores ou voando em pequenos
bandos, porque dão um ar exótico à cidade e nos recordam a vertente exótica do
nosso passado histórico, que nos levou a percorrer todos os mares e a reconhecer o
mundo, muito para além das limitadas fronteiras da Europa.