O cromo que hoje vos apresento talvez até seja um filósofo de mérito, mas nos últimos anos deslumbrou-se e o verniz estalou.
Começou como professor mas viu que só a política o poderia levar longe. Inscreveu-se, militou e chegou rapidamente a ministro, dando nas vistas pela sua evidente vaidade.
Tornou-se figura do jet set e veio a casar com uma famosa apresentadora de concursos televisivos, que também fazia programas culturais patrocinados pelo próprio Ministério.
Numa estratégia ascensional de auto-endeusamento imaginou-se à frente da autarquia lisboeta, apoiou-se na imagem da mulher, mas fez uma desastrada e arrogante campanha eleitoral, tendo perdido para Carmona Rodrigues.
O casal não esperava esse resultado e o cargo de vereador não era motivador, nem era à sua medida. O homem não desistiu e conseguiu insinuar-se para que o seu partido e o governo lhe dessem o cargo de embaixador junto da UNESCO. Em Paris. Era a intelectualidade iluminada a olhar de soslaio a populaça lusitana. Era tudo à grande e à francesa! Os salões. As recepções. Os cocktails. As revistas sociais. O homem perdeu a cabeça e indisciplinou-se no exercício das suas funções. O cargo não era eterno. A normal rotação diplomática apanhou-o e, obviamente, foi afastado.
Ficou inconsolado e, a partir de então, a sua actividade política vai num único sentido: difamar e diabolizar aquele que lhe tinha dado o tacho em Paris e que depois lho tirou. Um mal agradecido. Um mau perdedor. Uma atitude bárbara e vingativa.
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Extremadura
Deixei a atlântica cidade de Lisboa, atravessei a fronteira luso-espanhola e durante três dias deambulei pela Extremadura.
A partir de Cáceres visitei Plasencia, Trujillo e Mérida. São quatro pequenas cidades que têm sabido conservar as suas zonas arqueológicas e históricas, bem como o seu monumental património, testemunhado através de catedrais, igrejas, castelos, palácios, praças, ruas, pontes, aquedutos e muitas memórias.
Em certo sentido, a Extremadura e as suas cidades são um mosaico de monumentos e são um livro cujas páginas evocam o rico passado histórico das províncias de Cáceres e Badajoz.
Mas a riqueza estremenha também deriva do seu património natural, das suas extensas planícies, do curso dos seus rios e respectivos “embalses” e da sua diversificada fauna, em que se destacam as elegantes cegonhas que são um quase ex-libris da região.
Estávamos na Semana Santa e as vistosas procissões estavam anunciadas por toda a parte, embora as televisões e os jornais falassem sobretudo da final da Copa del Rey, entre o Real Madrid e o Barcelona, destacando especialmente as figuras de Mourinho e de Ronaldo.
Naturalmente, ficaram muitas coisas por visitar como Guadalupe e Yuste, mas outras oportunidades haverão de surgir.
Evidentemente que, à saída de Portugal não esqueci Castelo de Vide nem Marvão e, no regresso, revisitei Elvas e Estremoz, porque são os contrastes existentes que nos lembram que “o que é nacional é bom”.
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