Desde o passado
mês de Junho – já passaram 11 semanas – que têm acontecido grandes
manifestações na Região Administrativa Especial de Hong Kong da República
Popular da China (RPC) em protesto contra a intenção do governo da ex-colónia
britânica para levar por diante um projecto de lei que prevê a possibilidade de
extradição para a RPC de pessoas acusadas de crimes contra essa mesma RPC.
Enquanto as
autoridades de Hong Kong defendem que a lei se destina a assegurar a segurança
interna do seu território, os manifestantes temem que a lei proposta seja a
cobertura para que a lei chinesa tenha cada vez mais aplicação em Hong Kong e
constitua uma efectiva restrição às liberdades públicas no seu território.
Os protestos de
rua têm sido contínuos e os confrontos entre a polícia e os manifestantes têm
sido muito violentos, com a polícia a recorrer à utilização de gás lacrimogéneo
e os manifestantes a provocar tumultos e muita destruição, de que têm resultado muitos
feridos e algumas detenções. Entre outras acções de afrontamento das autoridades, os manifestantes forçaram a
entrada no Parlamento e ocuparam o aeroporto internacional de Hong Kong.
A senhora Carrie
Lam, que é a chefe do governo de Hong Kong, já anunciou a sua decisão de
suspender o projecto de lei e alertou para a gravidade da situação que se está
a viver em Hong Kong, mas as manifestações continuam e, na sua última edição, The
Economist pergunta: “Como é que isto vai acabar?”
Há muita gente que teme uma intervenção militar chinesa, que
poderá acontecer a pedido do governo local em caso de necessidade da manutenção
da ordem pública ou de auxílio em caso de catástrofes, isto é, quer na China
quer no mundo, muitos temem a repetição de uma intervenção musculada semelhante ao massacre
de Tiananmen, que aconteceu em Junho de 1989 em Pequim.