A estação
televisiva CNN Portugal não se esqueceu de Gaza e, hoje, às 08.29 horas, anunciou
que “ataques israelitas fazem 140 mortes em 24 horas”. Ontem, às 07.13 horas,
tinha anunciado “70 mortes e 200 feridos perto de camião com ajuda” e, anteontem,
pelas 09.28 horas, informara “mortas 50 pessoas, metade junto a centro de
ajuda”. O que se tem passado em Gaza, mas também na Cisjordânia, no Líbano, na
Síria e, agora no Irão, é uma loucura da extrema-direita israelita comandada
por Benjamin Netanyahu, com o apoio de diversos países a pretexto do Estado de
Israel estar ameaçado, mas ignorando que, desde 1948, esse mesmo estado tem
ameaçado e concretizado essa ameaça contra os palestinianos, o seu modo de vida,
a sua cultura e os seus territórios.
Quando os líderes
europeus ignoram o que se passa em Gaza e repetem que “Israel tem direito a
defender-se”, não só afirmam uma banalidade, uma evidência e uma la palissada, como traem os princípios
da Carta das Nações Unidas, do Tratado de Roma e todas as Resoluções das Nações
Unidas, que Israel nunca respeitou, pois tem sido um lobo vestido de cordeiro.
É absolutamente lamentável que a Europa não levante a sua voz contra o
extremismo israelita e que os seus principais dirigentes se calem perante o que
está a acontecer em Gaza. Ao mesmo tempo, esses dirigentes alinham no mesmo
tipo de narrativa mentirosa com que foi derrubado Sadam Hussein, agora com o
fantasma da bomba atómica e, antes, com o fantasma das armas de destruição
maciça.
Na sua edição de
hoje, o jornal francês L’Humanité classifica Trump e Netanyahu
como “os incendiários”. Porém, a narrativa que circula pelas agências
noticiosas e pelos mass media, bem como
a opinião dos comentadores que diariamente nos entra em casa também é
incendiária, pois não olha a princípios de legalidade internacional e tem
ignorado ou justificado todo o belicismo e crueldade israelita sobre a
população de Gaza.