segunda-feira, 27 de agosto de 2018

John McCain: a morte do herói americano

Morreu o senador americano John McCain, o homem que a América adoptou como símbolo do heroísmo americano na guerra do Vietnam.
Nascido em 1936, John McCain ingressou na Academia Naval dos Estados Unidos em Annapolis, Maryland, tendo optado pela carreira de aviador naval. Após ter completado o seu curso em 1958, voou em diversos tipos de aviões baseados em porta-aviões, incluindo os caças-bombardeiros. Em 1967, durante uma missão de bombardeamento sobre Hanói, o seu avião A-4E Skyhawk foi atingido por um míssil e foi derrubado, mas McCain conseguiu ejectar-se e salvar-se, embora quase se tivesse afogado e tivesse ficado gravemente ferido. Capturado pelos norte-vietnamitas, McCain foi torturado, humilhado, isolado por longos períodos e permaneceu como prisioneiro de guerra durante cinco anos. John McCain poderia ter beneficiado de algum favorecimento por ser filho e neto de almirantes americanos, mas recusou ser libertado sem que os seus camaradas presos há mais tempo fossem libertados primeiro.
Em 1973 foi finalmente repatriado, mas os ferimentos que sofreu na guerra e as doenças que adquiriu no cativeiro nunca o abandonaram, pelo que em 1981 se reformou da Marinha dos Estados Unidos e iniciou uma carreira política no Partido Republicano. Em 1982 foi eleito para a Câmara dos Representantes e em 1987 foi eleito para o Senado, para onde foi sucessivamente reeleito por cinco vezes pelo Arizona. Foi candidato presidencial derrotado por Barack Obama e era actualmente um destacado crítico e adversário de Donald Trump.
A América da direita e da esquerda política reconhecia neste senador um político corajoso, um homem íntegro e o seu herói da guerra do Vietnam. Era um ícone republicano e a sua morte deixa um grande vazio na memória americana.
A imprensa americana, designadamente The Wall Street Journal, prestou-lhe uma grande homenagem  e publicou a imagem do Capitólio cercado de bandeiras a meia haste em memória deste herói americano. 

Fernando Pimenta é o rei da canoagem

Nas pistas de Montemor-o-Velho, o canoísta Fernando Pimenta sagrou-se este sábado pela primeira vez campeão do mundo na categoria K1 1000 metros, depois de ter conquistado a medalha de bronze em 2015 e a medalha de prata em 2017.  No dia seguinte, se não fosse a manchete do Diário de Coimbra, poucos teriam sabido desta notável proeza de Fernando Pimenta, porque nem a imprensa generalista nem a imprensa desportiva compreendem que isto de se conseguir ser campeão do mundo deve ser coisa que dá muito trabalho, que implica devoção e que exige muito sacrifício, mas que também carece de reconhecimento. Por isso, essas figuras são tão raras em Portugal e podem contar-se pelos dedos das mãos. É o caso de Nélson Évora e Rosa Mota, de Rui Costa e de Carlos Lopes e poucos mais. Esses é que são os nossos campeões, mas a nossa imprensa não é sensível aos grandes feitos desportivos e prefere o sensacionalismo e os julgamentos na praça pública.
Passaram 24 horas e Fernando Pimenta apresentou-se para disputar a final da prova de K1 5000, a mais longa do programa, na qual iria defender o seu título de campeão mundial conquistado no ano passado em Racice, na República Checa. Foram 21 minutos e 43 segundos de luta e Fernando Pimenta ganhou. Foi a sua segunda medalha de ouro e, dessa forma, Portugal aparece em 7º lugar no medalheiro do Campeonato do Mundo de canoagem de velocidade. É realmente um acontecimento.
Hoje, o jornal A Bola dedicou a sua primeira página, ao bicampeão do mundo, o que é raro e se saúda. Porém, as manchetes dos outros jornais desportivos são a vinda de Ramires para o Benfica e os reforços para a defesa do Porto. Tanta mediocridade jornalística até dá vontade de rir.